O ex-presidente norte-americano Donald Trump declarou-se esta quinta-feira inocente no caso em que é acusado, com outros arguidos, de tentar anular ilegalmente os resultados das eleições de 2020 no Estado da Georgia e informou que faltará à audiência seguinte.
Com a sua anunciada ausência da audiência na próxima semana em tribunal, o juiz do Tribunal Superior do Condado de Fulton, no Estado da Georgia, Scott McAfee, não poderá ainda ouvir as primeiras alegações do ex-presidente face às acusações.
Trump e outras 18 pessoas foram indiciados, no início deste mês, num processo com 41 acusações, descrito como um alegado esquema para subverter a vontade dos eleitores da Georgia que escolheram o Democrata Joe Biden em vez do candidato Republicano nas eleições presidenciais de 2020.
Para este caso, Trump viajou até à Georgia para se entregar na prisão do condado de Fulton, onde se tornou o primeiro ex-presidente a tirar uma foto judicial, mas apenas agora se pronunciou como inocente.
O caso – apresentado ao abrigo da Lei de Organizações Corruptas da Georgia – é um extenso processo cuja logística em julgamento será provavelmente complicada, envolvendo muitas testemunhas de todas as partes. Pelo menos dois outros réus neste processo já apresentaram pedidos de julgamento rápido e para serem julgados separadamente.
O juiz marcou a data do julgamento para 23 de Outubro para um deles, Kenneth Chesebro, um advogado que trabalhou na coordenação e execução de um plano para que 16 responsáveis Republicanos da Georgia assinassem um certificado afirmando falsamente que Trump tinha vencido as eleições naquele Estado.
A procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, disse que deseja que todos os réus sejam julgados juntos, mas o advogado de Trump, Steve Sadow, apresentou um requerimento em que se opõe a este modelo e contesta a data do início do julgamento.
Alguns dos outros acusados — incluindo o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows – estão a tentar levar os seus casos para um tribunal federal, mas o tribunal ainda não se pronunciou sobre este pedido.
Trump – que aparece nas sondagens como o candidato favorito para as primárias do Partido Republicano — considera que estes processos judiciais são uma tentativa politicamente motivada para o impedir de voltar a chegar à Casta Branca.
Segundo a Lusa, o ex-presidente e candidato à nomeação pelo Partido Republicano para as presidenciais de 2024 vai ser julgado a partir de 04 de Março de 2024 no caso federal em Washington em que está acusado de tentar anular os resultados das eleições de 2020, decidiu o tribunal esta semana.
A decisão da juíza distrital dos EUA, Tanya Chutkan, negou um pedido da defesa para adiar o julgamento até Abril de 2026, cerca de um ano e meio após a eleição de 2024, mas também o marca para depois da data de Janeiro proposta pela equipa do procurador especial Jack Smith. “O público tem direito a uma resolução rápida e eficiente deste assunto”, alegou Chutkan.
Paralelamente, a procuradora-geral do Estado de Nova Iorque pediu na quarta-feira um julgamento sumário parcial no processo de fraude contra Trump, argumentando existirem provas suficientes para demonstrar que inflacionou o património. A acção civil interposta por Letitia James está a ser apreciada no Supremo Tribunal de Nova Iorque, em Manhattan, e o julgamento formal marcado para 2 de Outubro.
O processo envolve Trump, os filhos Donald Jr. e Eric, e a Organização Trump, por alegadamente terem inflacionado o valor das propriedades para obter ganhos financeiros, como melhores condições de empréstimo.
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