Um estudante moçambicano alega ter sido agredido e alvo de racismo, juntamente com outro jovem, por parte dos seguranças do bar Oásis by Aché, em Lisboa, capital portuguesa, na madrugada de domingo (04). No entanto, o estabelecimento, sem nunca se referir às alegadas agressões, recusou qualquer discriminação racial.
Segundo uma publicação do Notícias ao Minuto, o jovem moçambicano, Aires Chichava, está em Portugal a seis meses, a fazer um curso de Engenharia Informática e de Computadores no Técnico Lisboa, tudo aconteceu na discoteca/bar Oásis by Aché, onde, juntamente com “outro jovem negro”, identificado como Edilson, foi vítima “de brutalidade e racismo pelos seguranças (brancos) do estabelecimento”.
“Fomos barrados na entrada sob a desculpa de que o local estava cheio e que deveríamos aguardar. O que aconteceu em seguida deixou-nos surpresos e indignados, pois não entendíamos por que motivo outros podiam entrar e nós não. Logo percebemos que se tratava de racismo e protestámos”, contou, referindo que “outras pessoas brancas, que não estavam juntas, chegavam e entravam”.
Segundo a mesma publicação, o jovem moçambicano terá avisado “que iria gravar a situação, mas os seguranças alegaram direitos de imagem e, em respeito”, não procedeu à gravação. “Continuámos a questionar o motivo daquela discriminação e, segundos depois, o Edilson foi agredido com socos. O Edilson, que é deficiente físico (com o braço esquerdo paralisado), ficou com hematomas na cara e feridas na boca”, relatou, referindo que só um dos dois seguranças no local é que esteve envolvido nas agressões.
Entretanto, pouco depois de ver o amigo ser agredido, Aires Chichava diz que foi “derrubado no chão e também agredido com socos, ficando indefeso” no chão.
“Neste momento, não consigo comer alimentos sólidos, pois os meus dentes da frente estão abalados, as minhas gengivas feridas, a minha boca inflamada e a minha cara machucada”, afirmou.
O estudante deslocou-se ao Hospital de São Francisco Xavier, onde lhe foi dito que não tinha nenhuma fractura, mas onde lhe foi recomendado uma ida ao dentista, estando já a receber tratamento. O outro jovem, apesar dos ferimentos sofridos, optou por não se deslocar a qualquer unidade hospitalar.
Contudo, através das redes sociais, o bar Oásis by Aché emitiu uma nota de esclarecimento sobre os “eventos da noite de ontem (domingo)”, onde começa por referir que preza pelo “respeito, inclusão e igualdade de todos os clientes, independentemente da sua cor, raça, género ou orientação sexual”.
“Devido à superlotação, dois clientes foram impedidos de entrar, o que gerou um mal-entendido”, lê-se na nota, na qual o estabelecimento refere que “a decisão de barrar a entrada não teve qualquer relação com questões raciais”.
(Foto DR)
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