Espanha vai disponibilizar 47 milhões de euros para projectos de desenvolvimento em Moçambique no âmbito do novo acordo-quadro de cooperação entre os dois países até 2024, anunciou esta segunda-feira a embaixada espanhola em Maputo.
“Desses 47 milhões de euros, 15 milhões serão para Cabo Delgado, que se juntam aos 11 milhões de euros em projectos em curso na província”, lê-se no comunicado.
Cabo Delgado será a principal província destinatária de projectos e de financiamento, que vão também chegar às restantes regiões do norte, Nampula e Niassa.
A cooperação espanhola continuará a trabalhar “prioritariamente nas regiões norte e sul do país, áreas históricas de acção, e onde actualmente é implementado 70% do financiamento espanhol, com uma elevada presença de ONG [organizações não-governamentais] e da cooperação bilateral”, acrescenta a nota.
Outra parte importante do apoio espanhol, no valor de 11 milhões de euros, será entregues à União Europeia (UE) no âmbito da cooperação delegada pelo reino espanhol na organização.
No âmbito da UE, Espanha apoiará projectos de combate à corrupção e de adaptação às alterações climáticas
Espanha continua a apontar o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM) como um “projecto emblemático”, que visa procurar soluções para “as principais doenças transmissíveis que afectam Moçambique e os países em desenvolvimento”.
O novo quadro de associação entre países foi assinado na quinta-feira na sede da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), em Madrid, pela secretária de Estado da Cooperação Internacional de Espanha, Pilar Cancela, e pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Manuel Gonçalves.
A assinatura decorreu a par da sétima reunião da Comissão Mista Hispano-Moçambicana de Cooperação.
“A acção humanitária da Cooperação Espanhola dará uma importância fundamental ao respeito pelos princípios humanitários e à proteção dos direitos das pessoas afectadas por catástrofes como ciclones e secas”, conclui.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Agência Lusa