O escritor e biólogo moçambicano Mia Couto será amanhã agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), do Brasil.
A honraria académica, a maior conferida pela UNESP, é concedida devido à notabilidade da sua literatura, sua contribuição para a língua portuguesa e promoção das regiões e culturas moçambicanas, em particular, e africanas.
Entretanto, segundo a docente Sandra Aparecida Ferreira, professora-assistente de literatura portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, citada pelo jornal Notícias, a escrita de Mia Couto não ignora o carácter de universalidade, que marcas grandes criadores.
Esta atribuição junta-se aos títulos de doutor honoris causa, conferidos pelas universidades Politécnica, de Moçambique, em 2015, e pela Universidade de Brasília, em 2019. É concedido algum tempo depois de ganhar o grande Prémio de Literatura José Craveirinha 2022, o maior e mais importante do país, instituído pela Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) e patrocinado pela empresa Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
Nascido na Beira, capital de Sofala, possui mais de 30 livros de diferentes géneros e temáticas publicados, dentre eles “Terra Sonâmbula” (eleito como um dos melhores livros africanos do século XX durante a Feira do Livro de Zimbabwe), “Raiz de Orvalho & Outros Poemas”, “Vozes Anoitecidas” (Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo), e “Cronicando” (Prémio Nacional de Jornalismo Areosa Pena1989).
É detentor de vários prémios nacionais e internacionais, dentre eles o Camões, o mais relevante da língua portuguesa. A UNESP também considerou a sua caminhada como jornalista, tendo dirigido a Agência de Informação de Moçambique (AIM), em 1976, e trabalhado na revista “Tempo”, 1979 a 1981, e no jornal “Notícias”, 1981 a 1985.
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