O moçambicano David Bene venceu esta sexta-feira o Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura de 2021, com a obra de poesia “O vazio de um céu sem hinos”.
Segundo a promotora do galardão, o júri entende que, a obra vencedora “procura uma linguagem carregada de sentido, umas vezes impessoal, outras sarcástica, entre a memória desvanecida do sublime e a violência concreta da circunstância e da História”.
“O vazio de um céu sem hinos”, que toma o verso de Wallace Stevens por título, “parte do diagnóstico” da obra do poeta norte-americano, para estabelecer “uma sequência de poemas intertextuais, meditativos, surpreendentes”, como salientou o júri.
A obra do escritor moçambicano foi seleccionado entre 90 obras a concurso.
Nascido em Moçambique em 1993 e actualmente a residir no Japão David Bene, escreve poesia e prosa e tem publicado com regularidade em revistas literárias destes dois países, mas também no Brasil, em Portugal e em Espanha.
O escritor estreou no mundo literário com a obra “Câncer”, que será brevemente editada, adianta a Imprensa Nacional.
O prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura foi criado em 2015, reconhecendo, de forma alternada, trabalhos inéditos em Poesia, Ensaio e Tradução. Este ano, na sétima edição, o galardão foi dedicado à poesia.
David Bene é licenciado em Geologia pela Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), mestre em Geologia Económica pela Universidade Akita (Japão) e doutorando em Engenharia de Recursos Minerais, na Universidade Kyushu (Japão).
O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura tem um valor monetário de 5 000 euros e inclui a publicação da obra distinguida, em 2022, na editora pública.