Entre pessoas de carne e osso e fantasmas, Zambézia poderá contabilizar 90 mil votos ilegais nas próximas eleições

Entre pessoas de carne e osso e fantasmas, Zambézia poderá contabilizar 90 mil votos ilegais nas próximas eleições

 O Centro de Integridade Pública (CIP) alerta para a possível contagem de 90 mil votos ilegais na província da Zambézia à favor do partido no poder, a Frelimo, principalmente nos distritos onde existe equidade de eleitores, como o Alto Mulócuè e Gurué, eleições de 11 de Outubro deste ano.

A ONG, disse, recentemente, que na mesma província, em Quelimane e Alto Mulócuè, houve o registo de cerca de dez mil eleitores fantasmas.

Os ilícitos eleitorais teriam decorrido de decisões intencionais dos STAE’s distritais.  Isto incluía alegações de supostas avarias das máquinas de registos de eleitores, a criação de postos eleitorais fantasmas e a deslocação massiva de pessoas (mais de 90 mil) para outros postos eleitorais fora das suas jurisdições a fim de se recensearem.

A Zambézia parece um pólo onde a oposição é mais visível e isto teria levado ao estabelecimento de poucos postos de recenseamento eleitoral na província. Por exemplo, nas eleições de 2018 os distritos do Alto Mulócuè e Gurué foram alvos grandes fraudes e, nesse ano, nos distritos de Mocuba e Maganja da Costa o partido no poder ganhou pela diferença de poucas centenas de votos.

“Há relatos verificados de que a Frelimo levou professores de escolas fora do município para se recensearem. Em Morrumbala, 40 professores residentes fora dos limites do município estão a ser processados por se terem registado ilegalmente no município”, escreve o CIP.

Essa prática teria levado a discrepâncias entre os dados dos registos eleitorais entre os STAE’s distritais e nacional, de acordo com a ONG. “A Zambézia registou mais 4.272 eleitores em Quelimane do que o STAE nacional; menos 8.131 em Morrumbala, eliminando um quarto de toda a lista de eleitores; e mais 7.756 em Gurué”.

“O Instituto Nacional de Estatística diz que há 357.211 adultos em idade de votar nos sete municípios, mas 406,716 registaram-se, – 114% do número possível de eleitores. De onde é que vieram os adultos a mais? A afluência às brigadas do recenseamento foi de apenas 88%. Estimamos que um grande número, 90.000 ou mais de pessoas atravessou a fronteira – fisicamente ou em listas – para se registar dentro do município”, le-se.

Para ler o artigo do CIP sobre o recenseamento de eleitores fantasmas clique aqui, e para para ler o artigo sobre o acréscimo de 90 mil eleitores ilegais clique aqui.

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