O sector empresarial nacional está preocupado com a escassez de fertilizantes para a produção agrícola, produto maioritariamente importado da Rússia e Ucrânia, países que estão em guerra desde o mês de Fevereiro do ano em curso.
O conflito militar também gerou um aumento acentuado dos preços de matérias-primas, óleo e combustíveis, entre outros. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) aponta, como exemplo, o preço da tonelada de trigo que disparou no mercado internacional.
De acordo com o relatório sobre o Índice de Robustez Empresarial em Moçambique da CTA, referente ao I trimestre de 2022, o país importou da Rússia e Ucrânia 35% do volume de trigo para o consumo interno, tendo investido cerca de 192 milhões de dólares em 2020 e 216 milhões de dólares em 2021.
“O impacto do conflito Rússia-Ucrânia provocou a escassez de insumos para a produção agrícola, aumento do preço de matéria-prima, dos alimentos, tais como o óleo de girassol, e de combustíveis”, lê-se no documento, apresentado recentemente pela CTA, na cidade da Beira, durante a abertura da VIII edição do Economic Briefing.
Para evitar a subida do preço do pão, produto que tem como matéria-prima o trigo, o empresariado moçambicano aponta para a isenção do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) dos direitos aduaneiros no fermento, facto que irá reduzir a estrutura de custos na ordem de 1,39%.
Para o estabelecimento de contratos de fornecimento de cereais com preços estabilizados, a CTA diz que a opção seria importar o produto dos países que não estão em conflito, como Argentina, Canada, Austrália e Estados Unidos da América.