O presidente francês Emmanuel Macron anunciou neste domingo (09/06) a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições antecipadas, após ver sua aliança centrista derrotada pelo partido de ultradireita Reagrupamento Nacional (RN) nas eleições ao Parlamento Europeu.
De acordo com pesquisas de boca de urna, o RN obteve 31,5% dos votos, mais que o dobro da coalizão pró-União Europeia de Macron, com 15,2% dos votos, e um crescimento considerável em relação aos 23,3% de 2019.
Até as 17h (horário local), a taxa de comparecimento do eleitorado francês era de 45,3% – quase 2 pontos percentuais a mais que em 2019. As eleições europeias têm uma taxa baixa de comparecimento, mas em 2019 o bloco teve seu primeiro crescimento, com 50,7% dos eleitores indo às urnas.
Actualmente, Macron não tem maioria na Assembleia Nacional e, por isso, tem tido dificuldades para aprovar projectos de interesse do seu Governo – na semi-presidencialista França, o presidente depende de um primeiro-Ministro apontado pelo Parlamento para assegurar a governabilidade.
As novas eleições estão previstas para os dias 30 de Junho e 7 de Julho. A votação não afeta a permanência de Macron no cargo. Ele segue presidente até 2027.
É a primeira vez desde 1997 que um presidente dissolve a Assembleia Nacional na França – a última vez foi sob o Governo de direita de Jacques Chirac. Naquela época, porém, foi a esquerda que saiu vitoriosa, forçando Chirac a governar com rivais até o final do mandato.
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