A Frelimo, partido no poder, rejeitou esta quinta-feira as acusações de ter feito fraude nas eleições autárquicas de 11 de Outubro, sustentando que ganhou o escrutínio com mérito.
Após a divulgação dos resultados, a mandatária da Frelimo na Comissão Nacional de Eleições (CNE), Verónica Macamo, que é também ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, afirmou que “nós não fizemos fraude, trabalhámos para ganhar estas eleições”.
Segundo a CNE, o partido Frelimo venceu em 64 das 65 autarquias do país, à excepção da Beira, conquistada pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido.
“É óbvio que estamos satisfeitos com os resultados anunciados”, enfatizou a mandatária da Frelimo na CNE.
Verónica Macamo defendeu que a contestação aos resultados das eleições pela oposição “tem sede própria” e “está a seguir a tramitação prevista na lei”.
“Nós, como partido Frelimo, temos apenas um apelo a fazer: que todos fiquemos serenos e deixemos os órgãos trabalhar”, sublinhou Macamo, afirmando que os autarcas do partido vão trabalhar para a melhoria das condições de vida das populações dos seus territórios.
O presidente da CNE, Carlos Matsinhe, que leu a acta dos resultados, afirmou que oito membros do órgão votaram a favor do apuramento geral do escrutínio, cinco contra e dois se abstiveram.
Mesmo assim, Matsinhe reconheceu que “a centralização e apuramento” dos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro “suscitaram acesos debates na CNE”, tendo havido “divergências de opinião” sobre “irregularidades e ilícitos” relatados ao longo do processo.
De acordo com a legislação eleitoral moçambicana, os resultados do escrutínio ainda terão de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional (CC), máximo órgão judicial eleitoral do país.
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