O Egipto solicitou formalmente a adesão ao bloco de economias emergentes BRICS, composto por cinco membros, disse o embaixador russo no Cairo, Georgy Borisenko.
“O Egipto solicitou a adesão ao grupo BRICS, porque uma das iniciativas em que o BRICS está empenhado actualmente é a transferência máxima do comércio para moedas alternativas, quer nacionais quer a criação de algum tipo de moeda comum. O Egipto está muito interessado nisso”, disse Borisenko.
Os BRICS são constituídos pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em Junho, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros do BRICS reuniram-se na Cidade do Cabo, onde também estiveram presentes diplomatas de 12 outros países, incluindo o Egipto, o Irão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Os BRICS têm procurado alargar o seu número de membros, uma vez que muitos especialistas prevêem que o bloco dominará a economia mundial até 2050.
O caminho do Egipto para a desdolarização
O cenário surge depois de o Egipto ter aderido ao banco dos BRICS, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Os legisladores egípcios saudaram o acordo em Janeiro, afirmando que poderia ajudar o país atingido pela crise a reduzir a procura de dólares americanos.
O apelo para abandonar o dólar na liquidação do comércio externo tem vindo a aumentar com a adesão de mais países à aliança. O Egipto foi o último país a abandonar a moeda americana nas trocas comerciais com vários países membros do bloco económico BRICS.
Na terça-feira, o ministro egípcio do Comércio, Ali Moselhy, disse que o país, sem dinheiro, está a tentar pagar as importações da Índia, China e Rússia nas suas moedas locais, em vez do dólar americano.
“Nada disso foi implementado, mas há discussões para que possamos negociar nas moedas locais de países como a Índia, a Rússia ou a China”, disse o ministro egípcio do Abastecimento, Ali Moselhy.
Isto acontece numa altura em que o Egipto está a tentar estabilizar a sua economia, depois de a invasão russa da Ucrânia, no ano passado, ter abalado a sua indústria turística, aumentado os preços das matérias-primas e levado os investidores estrangeiros a retirarem cerca de 20 mil milhões de dólares dos seus mercados financeiros.
A inflacção subiu acentuadamente no último ano no Egipto, após uma série de desvalorizações cambiais, uma prolongada escassez de moeda estrangeira e atrasos contínuos na entrada de importações no país.
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