Uma avaliação da Língua Portuguesa, de conclusão do primeiro trimestre de 2023, foi anulada pelo Sector das Educação na província de Inhambane, por, supostamente, atentar contra a “boa-imagem” do Presidente da República, Filipe Nyusi.

A referida prova da 12ª classe foi realizada na última segunda-feira, na Escola Secundária de Massinga, e a Educação em Inhambane alega que o conteúdo do texto apresentado fere, igualmente, o processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com o Notícias, a Direcção daquele estabelecimento de ensino teve duas variantes de prova elaboradas pelo grupo de disciplina de Português para avaliar os alunos e nenhuma delas foi distribuída.

Por iniciativa singular, o delegado da disciplina teria elaborado um terceiro enunciado com referências textuais satíricas ao Presidente da República e sua governação e distribuído aos alunos, supostamente, à revelia dos colegas.

Sabe-se que o referido delegado da disciplina de Língua Portuguesa é membro proeminente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o segundo maior partido político do país e principal opositor da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), presidida por Filipe Nyusi. Estes dados, segundo faz perceber a nossa fonte, leva a crer que o professor aproveitou-se do seu poder e estatuto na escola para fazer aproveitamento político e “denigrir a imagem do Presidente da República”.

Uma equipa local da inspecção do Sector das Educaçã e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) esteve no terreno auscultando o professor indiciado de elaborar o enunciado em causa e a direcção da Escola.

Conforme constatou o MZNews, o texto, que pode ler na íntegra mais abaixo, é intitulado “Mais uma vez para quê, Excelência”? Em algumas frases faz referência anafórica à Filipe Nyusi por “deus”, com a inicial minúscula, como em “[N]ada é impossível para deus, com certeza pode conseguir. Terceiro mandato para quê”? E, quando se refere, de facto, a entidades divinas utiliza as inicias maiúsculas como em “Seu Homólogo Deus Jeová”.