A Electricidade de Moçambique (EDM) perdeu mais de sete mil milhões de meticais devido ao roubo de energia e acções conexas em todo o país, revelou, hoje, o porta-voz da instituição.

Em entrevista à Rádio Moçambique, António Nhassengo disse que estas perdas, derivadas de acções desviantes, constituem uma preocupação para a EDM, na medida em que frustram os planos de modernizar, reabilitar as suas infraestruturas e expandir a rede eléctrica.

“Nós temos uma média de quase sete mil milhões de meticais por ano que perdemos por via de furto de energia e acções associadas como a vandalização de infraestruturas, ligações clandestinas”, referiu.

Nhassengo defendeu uma luta pela causa, “mesmo a partir da escola”, uma vez que classificou o roubo de energia e vandalização como “problemas culturais”.

“Eu penso que a sociedade devia abraçar este desafio, mesmo a partir da escola, porque este é um problema cultural. Do mesmo modo que o indivíduo furta energia e pensa que é normal, o mesmo condena quando alguém rouba um pato. Se formos a comparar esses bens, eu penso que a energia é mais valiosa do que um pato”, explicou. Ele notou que “é normal” ser detido quem rouba pato e o cidadão que rouba energia assumir estar a fazer algo normal.

Nestes termos, criticou instituições de justiça por nunca apresentarem pareceres favoráveis à EDM aos processos sobre roubos de energia e vandalização da rede eléctrica.

“Mas a Lei de electricidade já diz que é punível aquele que for encontrado a furtar ou desviar de forma intencional, incluindo aqueles que vandalizam infraestruturas”, notou.

Ele falava no âmbito do lançamento da campanha de substituição de contadores Credelec obsoletos para mais de três milhões de clientes no país.

O porta-voz avançou também que a dotação de novos contadores vai reduzir a fragilidade da rede da EDM e sofrer roubos de energia.

“É mesmo para reduzir o sistema de viciação de contagem e conferir maior qualidade de fornecimento aos clientes”, disse.

A EDM espera substituir os contadores de Credelec no prazo máximo de três meses.