Na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, foi dito que a economia global terá uma recuperação de 5,3% este ano, a aceleração mais rápida em 50 anos.
Segundo o relatório da Unctad, essa recuperação é bastante desigual entre as regiões. A entidade prevê desaceleração do crescimento no próximo ano, especialmente se os formuladores de políticas aceitarem “pedidos equivocados por desregulamentação e austeridade”.
A Unctad prevê ainda que leve vários anos até que o mundo se recupere das perdas causadas com o choque da Covid-19.
O relatório aponta que no Brasil, o crescimento será ligeiramente maior do que o PIB de 2019. Isso devido aos efeitos positivos da alta nas exportações de commodities e de um estímulo fiscal maior do que os do México e da Argentina.
Sobre a Europa, a Unctad considera que a recuperação económica está “decepcionando”, apesar de políticas monetárias adoptadas pelos governos da zona Euro.
O relatório informa que muitos países do eixo Sul foram atingidos de forma severa durante a crise financeira global. E agora, com uma dívida ainda mais pesada, estão com pouco espaço para políticas fiscais.
Apesar das tendências de inflação, a Unctad acredita que a alta no preço dos alimentos poderá ser uma séria ameaça àspopulações vulneráveis do Sul, que já têm a economia enfraquecida pela crise da saúde.
A secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, declarou que “essas lacunas, (domésticas e internacionais), são um lembrete de que se algumas condições permanecerem, a resiliência e os luxos obtidos serão aproveitados por cada vez menos pessoas privilegiadas”.
A Unctad faz uma série de recomendações, incluindo cancelamento da dívida em alguns casos, redefinição de políticas fiscais e maior apoio na entrega de vacinas aos países em desenvolvimento.
Fonte ONU NEWS