Analistas consideram grave e indignante a corrupção na magistratura moçambicana, porque isso deixa a nu a vulnerabilidade dos cidadãos. Eles defendem uma reorganização profunda do Estado.
O porta-voz do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), Romualdo Johnane, disse que aquela instituição tutelada pela Procuradoria-Geral da República, registou mais de mil e trezentos casos nos primeiros seis meses deste ano.
Ele referiu que dos processos acusados, três eram magistrados das províncias de Maputo e Gaza.
“Isso é grave e indignante, porque as pessoas que deviam ser guardiões da ética, dos valores sociais e morais, são essas que estão a ser citadas nestes processos”, lamentou o analista Moisés Mabunda à VOA.
Entre os acusados pelo GCCC, figuram agentes da polícia, o que para Mabunda “é embaraçoso e deixa a nu a vulnerabilidade dos moçambicanos, porque, por um lado, a criminalidade está em alta, e por outro, aquelas pessoas que deviam ser as defensoras da tranquilidade dos moçambicanos, são as que estão na vanguarda dos cidadãos”.
Para o jornalista Luís Nhachote, quando o GCCC admite corrupção na magistratura, significa que “estamos com um problema da pirâmide invertida e que é preciso reorganizar o Estado, é preciso parti-lo e reedificar os edifícios”.
Por seu turno, o escritor Laurindos Macuácua diz que em Moçambique não existe uma classe que se possa considerar espelho da ética e moral, dando como exemplo as figuras que estão a ser julgadas no âmbito das dívidas ocultas.
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