Dugongo diz estar disposta a baixar preço do cimento se outras fábricas concordarem

Dugongo diz estar disposta a baixar preço do cimento se outras fábricas concordarem

A Moçambique Dugongo Cimentos diz estar disposta a baixar o preço do cimento se outras fábricas e o Governo chegarem a esse entendimento. Sobre o serviço de cabotagem, a empresa entende que veio para ficar e é viável usar o mar.

A informação foi avançada pelo jornal “O País”, que destaca que o primeiro navio de cabotagem da Moçambique Dugongo Cimentos, que transportava 10 mil toneladas de cimento, que partiu em Maputo no dia 11 de Abril corrente já está em Nacala a fazer a descarga da mercadoria.

O cimento destina-se exclusivamente à fábrica da Moçambique Dugongo Cimentos que está em construção desde o ano passado em Nacala. Trata-se da segunda cimenteira desta firma, com capacidade superior à fábrica de Matutuíne, em Maputo.

As obras da nova fábrica de cimento em Nacala estão em 35% e espera-se que ainda este ano entre em funcionamento. A Dugongo diz que está aberta a oferecer um preço mais baixo do cimento, mas tudo depende das outras fábricas concorrentes e da vontade do Governo.

Na sequência dos protestos que o País assistiu desde Outubro passado, provocados pelo anúncio dos resultados eleitorais e alto custo de vida, a Dugongo Cimentos, fez saber, em Fevereiro, que uma redução arbitrária do preço do cimento poderá afectar a produção normal e o abastecimento no mercado, reforçando que o estabelecimento do custo é influenciado por múltiplos factores, que não podem ser explicados e decididos por um único dado ou número.

Através de um comunicado, os gestores da empresa explicaram que a produção do cimento é um processo industrial complexo com componentes de custo, como calcário, gasóleo, carvão, equipamentos e matérias-primas importadas.

“Para ilustrar, o custo do carvão aumentou de 3840 meticais/tonelada em 2021 para 6450 meticais/tonelada, e o preço do gasóleo aumentou de 47 meticais/litro em 2021 para 91 meticais/litro”, descreveu a entidade.

Os manifestantes, em vários pontos do País, sob liderança do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, exigiam que o saco do cimento fosse vendido abaixo dos 300 meticais, uma postura que tem vindo a perturbar a comercialização do produto. Conforme os mesmos, o preço do produto na África do Sul é inferior ao praticado no mercado nacional.

Neste sentido, a empresa explicou que “o preço de exportação para a África do Sul está abaixo do custo de produção, não com o objectivo de obter lucro, mas para obter moeda estrangeira necessária para pagar o combustível e a matéria-prima importada”.

“Os recursos como o carvão em Moçambique estão concentrados principalmente na província de Tete e, devido à infra-estrutura insuficiente e a longa distância, o custo de transporte para Maputo é superior ao da importação da África do Sul. Logo, precisamos de recorrer a uma exportação limitada para obter moeda estrangeira e manter a produção”, argumentou.

 

(Foto DR)

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