Documentos do Ministério do Trabalho a caminho da lixeira de Malhampsene

Os advogados de defesa do “caso DTM” (Direcção do Trabalho Migratório), cujo julgamento decorre no Tribunal Distrital KaTembe, apresentaram, na terça-feira (09), as suas alegações finais, depois de uma semana marcada por várias revelações feitas pelos declarantes.

Entre os pronunciamentos vale destacar o da declarante Amélia Vicente, funcionária da Direcção Provincial do Trabalho de Maputo. De acordo com Vicente, citada pelo jornal “Domingo”, parece que havia a necessidade de se requalificar os documentos do Ministério do Trabalho (MITRAB).

A declarante teria explicado ao Tribunal que recebeu uma chamada lhe alertando o facto de documentos ministeriais estarem a caminho da lixeira de Malhampsene para serem descartados.

Quem teria ligado para Amélia Vicente foi o coordenador do SNAE (Sistema Nacional de Arquivos do Estado) do MITRAB, José Manuel, numa tarde de sábado de 2019.

Depois de se inviabilizar a operação, os documentos foram transportados para a Direcção Provincial do Trabalho, tendo permanecido no pátio impedindo inclusive o estacionamento dos carros da instituição. No dia seguinte, acrescentou a declarante, os documentos foram removidos, não tendo, portanto, conhecimento do destino dado à papelada ministerial.

Após as alegações finais, onde a defesa acusou o Ministério Público de incipiência e de estar a violar a Lei, o Tribunal decidiu por agendar a leitura das sentenças para o próximo dia 28 de Julho.

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