Os dois imóveis registados em nome da sociedade Anlaba Investimentos, localizados num condomínio na zona da Marginal, na cidade de Maputo, titulados pelo réu Gregório Leão, ex-director geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), arrestados a pedido do Ministério Público, foram vendidos no início de 2019, pouco depois de conhecido o escândalo das “dívidas não declaradas”.
A confirmação foi feita esta semana por Abdul Mohindin, um dos compradores dos imóveis, ouvido pelo tribunal que julga o processo de arresto dos bens dos réus envolvidos no caso.
Conforme testemunhou, adquiriu um dos imóveis da Anlaba ao preço de 10 milhões e 250 mil meticais e o colocou em arrendamento por 106 mil meticais mensais, mas sem nunca saber que os mesmos estavam envolvidos em polémica.
Explicou ainda que ajudou um amigo na compra da segunda residência, ao mesmo preço, sendo que os pagamentos foram feitos por meio de cheques e transferências bancárias para Adiel Buque, que o Ministério Público aponta como sendo familiar da ré Ângela Buque Leão.
Aliás, para melhor esclarecer os factos, o tribunal vai ouvir, no dia 3 de Maio, Adiel Buque e mais três pessoas para clarificarem a natureza do negócio da venda dos imóveis, bem como saber destes quem foram os potenciais donos e beneficiários dos mais de 20 milhões de meticais resultantes da sua venda.
Ainda na semana passada, o tribunal ouviu Silva Cadango, que esteve associado à Anlaba, que disse ter entrado na instituição a convite de António Carlos do Rosário, mas que nunca chegou a desempenhar qualquer actividade concreta.
Algumas vezes, segundo ele, terá sido solicitado a assinar documentos, sem nunca ter tido algum papel relevante no funcionamento da sociedade.
Negou ter assinado uma acta da venda dos imóveis da Anlaba, suspeitando que a sua assinatura tenha sido falsificada. (Notícias)