Os advogados de defesa dos 19 arguidos alegaram, esta segunda-feira, que o Ministério Público não conseguiu produzir provas das acusações sobre os seus constituintes e, por isso, pediu a sua absolvição dos crimes de que são acusados.
Os advogados fizeram o pedido ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo em mais um dia das alegacões finais do caso das Dívidas Ocultas.
A defesa dos réus considera que apesar de o julgamento decorrer há cerca de sete meses ainda há muitas dúvidas por esclarecer, entre elas o valor preciso ou real em causa no processo.
O contra-argumento dos advogados centrou-se na estratégia do Ministério Público para acusar os réus.
“Muitas questões ficaram no ar, sem que se descortinasse, nitidamente, o que aconteceu, para além de que, a primeira confusão que a defesa encara, é se estamos a julgar a dívida de quanto, como foram os desembolsos, onde foram e para quem foram e, finalmente, que destino os tais valores tiveram, ou se estamos a julgar pela sua ilegalidade”, disse a advogada Alice Mabota.
“Se nós somarmos os valores de que eles são acusados, são 70 milhões de dólares, o que representa três por cento do total da dívida. E o resto”? questionou Abdul Gani.
As alegações finais da defesa continuam hoje devendo se saber, a seguir, a data da sentença.
Recorde-se que o Ministério Público pediu pena máxima, o que equivale a 18 anos de prisão efectiva, para metade dos arguidos e próxima do máximo a outros tantos, bem como a absolvição de dum dos réus.