O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo adiou novamente esta quinta-feira o início da sessão especial de contraditório deferido, na sequência do arresto preventivo dos bens dos réus implicados no caso das dívidas ocultas.
A sessão do tribunal devia se ocupar pelo debate sobre o arresto de bens dos 19 réus implicados no caso que lesou o Estado em mais de 2.2 mil milhões de dólares.
Na segunda-feira passada, a sessão foi igualmente interrompida porque nem todos os advogados tinham sido notificados dos documentos sobre os bens dos seus constituintes apreendidos pelo Ministério Público que se acredita terão sido adquiridos com fundos provenientes da Privinvest e que deram origem às dívidas ocultas.
Trata-se dos pouco mais de 2.2 mil milhões de dólares norte-americanos, do maior escândalo financeiro que culminou com o endividamento do país.
Dos 19 réus envolvidos na movimentação daquele montante destaca-se o antigo director de Inteligência do Serviços de Informações e Segurança do Estado, António Carlos do Rosário, que terá comprado e ou construído vários imóveis entre os quais, hotéis e residências.
O réu António Carlos do Rosário terá adquirido ainda várias parcelas, de acordo com um despacho a citado pela Rádio Moçambique.
O documento aponta também o casal Gregório e Ângela Leão, como sendo detentores de activos em nome pessoal e da sociedade Anlaba Investimentos, por eles detida, para além da aquisição ou construção de vários imóveis.
O despacho aponta, por exemplo, para o casal Leão, a compra de inúmeros imóveis; parcelas, entre outras propriedades registadas em nome do irmão e de um subordinado do réu Gregório Leão.
Já o réu Cipriano Mutota é apontado como tendo adquirido três imóveis nos bairros 25 de Junho A e B, na cidade de Maputo, bem como no distrito de Marracuene.
Do documento em nosso poder, extraímos ainda que o réu Teófilo Nhangumele terá comprado um imóvel no bairro Juba, no distrito de Boane, província de Maputo, e apartamentos na cidade de Maputo.
Por sua vez, o réu Zulficar Ahmad é também indicado no documento como tendo adquirido um imóvel na Avenida Mao-Tsé Tung, na capital do país.
O réu Armando Ndambi Guebuza, terá comprado segundo o Ministério Público, entre vários bens, um imóvel numa das zonas nobres da cidade de Maputo, e acções ou uma quota na empresa Focus 21, enquanto isso, o amigo Bruno Langa terá adquirido um imóvel no bairro Djuba, ente outros bens.
Pelo réu Fabião Salvador Mabunda, o despacho aponta a aquisição de um imóvel no bairro de Magoanine A, na cidade de Maputo.
Enquanto isso, o réu Manuel Renato Matusse, terá adquirido de acordo com o despacho, 15 talhões, no bairro Romão, uma residência em Muzingane, no distrito de Limpopo, na província de Gaza, para além de um apartamento na cidade de Maputo.
Por seu turno, a ré Maria Inês Moiane Ndove para além de ter adquirido apartamentos, é detentora de um salão de eventos, no bairro da Mozal, na província de Maputo.