O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), em parceria com a Cooperação Austríaca, vai aplicar este ano, 10 milhões de euros para materialização de projecto de transferência de tecnologias, no âmbito do programa Sustenta Fruticultura, cujo lançamento teve lugar, há dias, no distrito de Macate, na província de Manica.
O objectivo é desenvolver o mercado da fruticultura, como resposta ao grande desperdício da produção por falta de compradores. O valor vai beneficiar três províncias, nomeadamente, Manica, Sofala e Inhambane.
Pretende-se, com o montante, dinamizar a cadeia produtiva da fruticultura através da agregação de valor integrado dos pequenos agricultores no mercado, assente em três pilares que consistem na transferência de tecnologias, ligação de mercado e a nutrição através do consumo da fruta.
O governo e parceiros querem fazer o melhor aproveitamento da fruta desperdiçada, através da secagem, desidratação, conservando o seu valor nutricional e agregar valores de produção através de estímulo ao consumo de fruta seca e ligações de mercado.
Moçambique produz anualmente cerca de dois milhões de toneladas de fruta, sendo que entre 30 a 50% é desperdiçada por falta de incentivos para estimular o investimento em indústrias de processamento.
A produção de frutas é dominada por agricultores do sector familiar, que representa 3.9 milhões de unidades de pequenas explorações agrícolas.
A contribuição deste sector para a economia do país é de apenas 12% em exportações. Moçambique exporta frutas como litchie, manga, banana e citrinos.
O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, disse na cerimónia de lançamento do programa, que a iniciativa não vem resolver todo o problema da cadeia da fruta.
Contudo, é o princípio da solução das dificuldades dos produtores para reduzir perdas pós-colheita.
Segundo o Ministro, dentro do programa Sustenta Fruticultura estão projectadas fábricas de polpa maiores que as existentes e centros de comercialização, que deverão entrar em funcionamento nos próximos anos.
“É um caminho que estamos a começar e assenta na transformação tecnológica do nosso sector de agricultura. O processo vai continuar no âmbito do ”sustenta”, com várias parcerias, onde encontraremos soluções para os agricultores, sobretudo do sector familiar”, disse Correia.
“Vimos em muitas províncias situações em que os produtores colhiam a fruta e deteriorava-se por falta de mercado ou outro tipo de tratamento”, acrescentou.
Para o governante, com a transferência da tecnologia, “podemos processar e conservar a fruta até um ano.” “Isso é uma mais-valia para nós e incentiva o produtor. É uma pequena solução para famílias que por si só podem secar e conservar a fruta durante um ano”, sustentou.
No lançamento da campanha Sustenta Fruticultura foram entregues 17 máquinas de secagem e processamento de fruta a igual número de associações da província de Manica.
Prevê-se que, até finais deste semestre, outras 55 associações, em todo o país, sejam abrangidas pelo programa com a recepção de máquinas de secagem de frutas.