Detenções…, e buscas no hotel ao lado do prédio JAT em Maputo

Detenções…, e buscas no hotel ao lado do prédio JAT em Maputo
  • Legalizada a prisão de cinco indiciados de branqueamento de capitais e caucionados dois por um milhão de meticais
  • Autoridades realizaram buscas no hotel ao lado do prédio JAT na cidade de Maputo
  • Edil de Nampula tenta intimidar juiz de instrução “em nome da Frelimo”

As autoridades de justiça nacional procederam, na segunda-feira, à legalização da prisão de cinco cidadãos indiciados da prática de branqueamento de mais de 330 milhões de dólares de Moçambique para o exterior.

Trata-se de Abdul Elias, Zumir Hamid Hassan, Sheila Nurdin Giva (trabalhava para Altaf Momade Mussa e Nuro Gulam), Momed Munib e Hassan Gulam. Outros dois implicados foram caucionados com o pagamento de 500 mil meticais cada um. São eles Nelson Filipe e Paulino Mungoni.

Existe um mandado de captura contra Altaf Momade Mussa, mas está fora do país, supostamente em Portugal, um dos sacos azuis do dinheiro branqueado. Também é procurado o cidadão Hussein Gulam, o irmão gémeo de Hassan Gulam – irmãos mais novos de Nuro Gulam –, que escafedeu-se saltando um muro quando seu irmão foi capturado. Suspeita-se que esteja em parte incerta, na companhia do seu cunhado, Momed Rissal, igualmente indiciado nos crimes.

Os implicados ora em prisão preventiva terão confessado os crimes de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo, associação criminosa, falsificação de documentos, criação de empresas de fachada para lavagem de dinheiro, e outros.

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) realizou buscas no “Maputo Executive Hotel Limitada, que está para abrir, localizando-se no aterro de Maxaquene, junto ao edifício JAT”, que, supostamente, pertence aos cidadão Altaf Momade Mussa. Nesse trabalho a PGR terá apreendido vários documentos e computadores no seu escritório.

Refira-se que, de acordo com as publicações da Justiça Nacional, as detenções ocorreram nas cidades de Nacala e Nampula, na província de Nampula. Ainda sem razão evidente, o Presidente do Município de Nampula, Luís Abdula Giquira, viajou da sua autarquia até à cidade de Maputo para impedir a legalização da prisão da família Gulam, que terá sido a promotora do suborno de 48 milhões de meticais.

Giquira terá accionado os seus contactos, nomeadamente o Ministro da Agricultura, Celso Correia, com quem falou ao telefone para “este interviesse com urgência, mesmo que isso significasse falar com o presidente do Tribunal Supremo ou com o próprio Juiz de instrução para que se soltasse imediatamente os indiciados”.

Os juristas presentes no processo de legalização das prisões, de acordo com a fonte, deploraram a postura do edil de Nampula que, em voz alta e tom intimidatório, falava com Celso Correia, de modo intimidar o juiz de instrução. “… agia como se fosse comparsa dos ora detidos. Chegou a suspeitar-se que tivesse interesses pessoais para agir da forma como agia”. No entanto, o juiz de instrução manteve a decisão de legalizar a prisão dos indiciados.

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