O novo Inquérito sobre Nutrição e Orçamento Familiar 2019/2021, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que a desnutrição crónica ocorre em níveis “muito altos” em crianças maiores de 12 meses de idade e afecta mais “as crianças do sexo masculino”.
A desnutrição crónica é um problema grave e incide sobretudo em crianças com menos de cinco anos de idade.
Segundo o Inquérito, as crianças que vivem em áreas rurais sofrem mais de desnutrição crónica, em níveis “muito altos” em relação àquelas que vivem em áreas urbanas, em níveis classificados como “médios”.
O documento sobre Nutrição e Orçamento Familiar diz ainda que a situação já esteve pior em 2011 e 2013.
“Houve sobretudo uma redução para quase metade da prevalência em crianças menores de seis meses e houve também uma queda da desnutrição crónica no Sul do País, mas ainda assim, o cenário motiva vários alertas”.
O documento salienta que crianças que vivem em agregados familiares cujos líderes não tem um nível de escolaridade completo ou têm apenas o nível primário, são mais afetadas pela desnutrição crónica.
A distribuição por província mostra diferenças: todas as províncias da zona Centro e Norte mostram prevalências em níveis “muito altos”, sendo a província de Nampula a que tem a situação mais grave.
As províncias da zona sul têm prevalências que variam entre os níveis “médio e “baixo” na província de Maputo.
O suplemento sobre nutrição do Inquérito sobre Orçamento Familiar 2019/20 baseou-se numa amostra de 13.343 agregados familiares.
O INE estima que a população moçambicana ronde os 30 milhões de habitantes, cerca de metade com menos de 18 anos e em que cada mulher tem em média cinco filhos.
De referir que a desnutrição crónica resulta da falta de alimentos adequados, retarda o crescimento e o desenvolvimento das crianças e aumento o risco de mortalidade infantil.
Fonte: Lusa