O défice no saldo das transacções correntes entre Moçambique e o resto do mundo agravou-se para 520,9 milhões de dólares no final do segundo trimestre, quase o dobro face ao mesmo período de 2022.
Segundo os dados que consta no relatório do Banco de Moçambique sobre a balança de pagamentos do país no segundo trimestre, o agravamento do saldo negativo da conta corrente reflecte “o incremento do défice da conta de bens”, em cerca de 118 milhões de dólares, “justificado, em grande medida, pela redução das exportações dos Grandes Projectos, em 11,2%”.
Além disso, os saldos negativos das contas de rendimentos primários e de serviços no segundo trimestre “cresceram em 189,8 milhões de dólares e 47,5 milhões de dólares, respectivamente”, neste caso “influenciados pelas operações realizadas pelos Grandes Projectos”.
Já excluindo os Grandes Projectos – relativos aos grandes investimentos em curso no país, essencialmente no setor do gás e mineração -, o saldo negativo da conta corrente de Moçambique até “diminuiu em 18,7%”, fixando-se em 1.172 milhões de dólares.
Neste caso, reflecte “a melhoria dos défices das contas de rendimentos primários e de bens em 32,3% e 11,5%, respectivamente, e do incremento do saldo superavitário das transferências correntes em 27,9%”.
Entretanto, o relatório, citado pela Lusa, identifica, no saldo da conta de bens, que as exportações no segundo trimestre caíram 8,2% face ao mesmo trimestre do ano anterior, para 2.012 milhões de dólares, enquanto as importações recuaram 2,6%, para 2.248 milhões de dólares.
Em termos acumulados, desde o início do ano, o défice da conta parcial de bens diminuiu em 86,7% – face aos seis meses de 2022 -, para 605,1 milhões de dólares até final de Junho, “justificado, essencialmente, pelo decréscimo da importação de bens, com ênfase para as importações efectuadas pelos Grandes Projectos, que contraíram em 87,1%, fixando-se em 644 milhões de dólares”.
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