Uma manifestação pacífica está marcada para este sábado (10), na cidade de Nampula, norte de Moçambique, em resposta à crise de combustível que afecta a província há várias semanas.
Segundo uma publicação do jornal Rigor, a escassez generalizada de gasolina em Nampula, aliada à subida vertiginosa dos preços — que, em certos pontos da cidade, ultrapassam os 500 meticais por litro —, tem gerado revolta e um crescente sentimento de abandono por parte da população.
Sem qualquer esclarecimento oficial até ao momento, os manifestantes pretendem entregar uma petição formal na Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia, exigindo uma explicação clara e medidas urgentes para resolver a situação. A concentração dos participantes está agendada para as 8 horas da manhã, no Terminal do Djaló, na Avenida Eduardo Mondlane. A marcha seguirá pela mesma avenida até ao destino final.
Em comunicado partilhado nas redes sociais, os organizadores sublinham que se trata de uma iniciativa cidadã, apartidária e pacífica. “Queremos ouvir a verdade, com respeito. Ninguém nos explica nada, e estamos a sofrer com esta crise”, lê-se na nota, que também incentiva os participantes a levarem cartazes sem insultos, mas com mensagens firmes de cobrança pelo direito à mobilidade e ao abastecimento regular.
A crise tem tido impactos severos na vida quotidiana. Transportes semi-colectivos têm sido forçados a reduzir o número de viagens, mototaxistas enfrentam dificuldades para trabalhar, e pequenos negócios que dependem da logística motorizada estão a registar prejuízos diários. O comércio, a educação e os serviços públicos ressentem-se igualmente da falta de combustível, sobretudo nas zonas periféricas.
A ausência de um posicionamento por parte das autoridades locais e nacionais tem sido criticada pela sociedade civil, que considera inaceitável o silêncio num momento de crise com repercussões tão profundas.
“Munna, isso é de moçambicano com os moçambicanos para Moçambique”, conclui o apelo dos organizadores, que reforçam a importância de manter o protesto dentro dos limites da legalidade, da ordem e do civismo.
(Foto DR)
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