O índice de Robustez Empresarial, durante o primeiro trimestre deste ano, aumentou em um ponto percentual, passando de 27% para 28%.
De acordo com o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), os principais impulsionadores deste incremento foram o início da campanha de comercialização agrícola; da época de exportação de produtos como o algodão e camarão e a melhoria do desempenho do sector de turismo principalmente em províncias como Inhambane e Manica.
“Na nossa perspectiva, este desempenho não foi mais pronunciado por conta dos impactos de aumento do preço de combustíveis cujos efeitos se reflectiram directamente no sector de transportes, que também se deparou com a elevação dos custos de manutenção”, disse.
De acordo com o presidente da CTA, Agostinho Vuma, citado pelo jornal Notícias, é importante notar que o sector dos combustíveis tem um efeito transmissor na economia, o que tem propiciado o agravamento dos preços de bens na economia.
A fonte, que falava ontem na província de Gaza, durante a 9.ª edição do Economic Briefing, organizada pela sua agremiação, disse ainda que no que diz respeito ao índice de emprego, acompanhando a tendência do índice de robustez empresarial, apresentou uma ligeira melhoria, o que denota uma maior prospecção do sector privado de gerar emprego no II Trimestre deste ano em relação ao I Trimestre.
“Entretanto, o mercado de trabalho continua frágil constatando-se a preferência para a contratação de mão-de-obra temporária ou em tempo parcial, principalmente nos sectores da agricultura e construção”, frisou.
Como perspectivas, acrescentou, espera-se que no III trimestre a actividade empresarial continue numa tendência crescente. Todavia, há risco de uma conjuntura caracterizada por persistência de alta de preços de bens e serviços cujo impacto poderá ser a diminuição da procura e consequentemente o retraimento dos lucros de exploração.
“Para fazer face à alta de preço e propiciar o aumento da produção e produtividade, por forma habilitar o país de melhores condições para absorver os choques externos, a CTA tem advogado a adopção de medidas”, frisou.
Segundo Vuma, o combustível também afecta, indirectamente, o preço de outros produtos que compõem a inflação.
“O conflito Rússia/Ucrânia é um factor exógeno e afecta especificamente o preço dos cereais e combustíveis”, realçou exortando a redução dos impostos na importação, em particular do combustível que chega a ter um peso de cerca de 60 por cento.
“É importante que sejam adoptadas acções para a produção local. A política monetária, ao tentar reduzir inflação aumentando a taxa de juro, num factor exógeno, acaba sendo ineficaz porque não contem a inflação e estrangula o sector empresarial, em particular o sector produtivo”, anotou.
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