Estudos preliminares cientistas sul-africanos de concluem que as vacinas existentes para prevenir a covid-19 também podem reduzir o agravamento da doença em caso de infecção com a variante ómicron.
A Rede de Vigilância do Genoma da África do Sul (NGS-SA) avançou que o teste de PCR permite perceber se o contágio é com a nova mutação sem ter que segmentar o genoma, apesar de não se saber ainda se o período de incubação se mantém em cinco dias.
O especialista em doenças infecto-contagiosas, Richard Lessels, disse que “a genética da ómicron é completamente diferente das variantes anteriores… e, as vacinas são a ferramenta que pode evitar a doença grave e a hospitalização”.
“Com o PCR podemos acompanhar o rastreamento da ómicron em tempo real. Não é necessário ter a sequência genética completa, o que costuma demorar duas semanas em laboratório”, explicou.
No entanto, estes avanços não são o foco. Os cientistas estão preocupados com os níveis de transmissibilidade e no efeito da imunidade que as vacinas proporcionam, nesta que já e considerada a quarta vaga da covid-19.
“Estamos preocupados não tanto com o número de mutações, mas onde elas estão concentradas, porque muitas delas o fazem no pico da proteína e, especificamente, em partes-chave que são importantes para ter acesso às nossas células. Não sabemos se os anticorpos são capazes de lidar com elas”, acrescentou.
O especialista frisou a necessidade de precaução uma vez que os casos positivos estão a aumentar progressivamente, “e, embora com sintomas ligeiros, é muito cedo para dizer o nível de perigosidade da ómicron, porque foi detectada muito recentemente”.
A variante Ómicron já está presente em todas as províncias da África do Sul. E a dúvida dos especialistas é se vai substituir a Delta “que se propagava a níveis muito baixos”.
O Instituto Nacional de Doenças Infeciosas da África do Sul confirmou, em Novembro, que de 249 sequências localizadas, 183 eram da Ómicron. A imunidade após covid-19, cuja duração é desconhecida, não oferece protecção contra a nova variante.
A província de Gauteng (a mais populosa do país e que inclui as cidades de Pretória e Joanesburgo) continua a ser a que apresenta mais casos positivos diários, segue-se KuaZulu-Natal e Cabo Ocidental.
Oito dos 15 milhões dos habitantes de Gauteng não foram vacinados e a taxa de transmissibilidade passou de um para 2,3.
“É claro que os jovens que não são vacinados são uma grande preocupação. Continuamos a enviar a mensagem de que ser vacinado é importante porque as pessoas vacinadas estão a apresentar sintomas mais leves”, afirmou David Makhura, primeiro-ministro de Gauteng.