Um novo estudo científico revelou nesta quarta-feira, que a restrição de circulação e encerramento de fronteiras atrasou a entrada em Moçambique de variantes de covid-19 oriundas do estrangeiro, mas não foi eficaz a travar as de países vizinhos.
A investigadora do Instituto de Bio-medicina de Valencia (IBV), Espanha, Mariana López considera que “as restrições de circulação e o fecho de fronteiras provavelmente impediram ou atrasaram em grande parte a introdução de variantes de países não africanos, mas foram insuficientes para impedir a entrada do vírus de países vizinhos”.
Recorrendo a publicação do referido estudo, o trabalho foi feito com base em amostras recolhidas no sul de Moçambique, liderado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona, numa colaboração com o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), província de Maputo, e o IBV.
Segundo os cientistas, ainda que “apenas uma fracção das introduções [no país] contribuiu para a propagação local do vírus”.
“Estes resultados levantam questões sobre a relação custo-benefício de tais medidas num contexto de fronteiras porosas, como é o caso de Moçambique”, lê-se no resumo do estudo, citado pela Lusa.
“Podemos concluir que a covid-19 foi transmitida em Moçambique através de migrações regionais (para a variante beta) e internacionais (para a variante delta)”, explica Inácio Mandomando, coordenador da área de doenças tropicais bacterianas, virais e outras doenças tropicais negligenciadas do CISM.
Os resultados indicam que a grande maioria das quase 1.000 sequências de Moçambique analisadas neste estudo correspondeu à variante delta (que dominou na terceira vaga, entre Junho e Setembro de 2021), seguida da beta (que dominou na segunda vaga, entre Janeiro e Março de 2021).
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