Covid-19. OMS quer distribuição equitativa de vacinas

O Director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou, hoje, o fim da “desigualdade vacinal” e criticou as restrições impostas aos países onde foi detectada a nova variante da covid-19, cuja transparência devia ser “compensada e não castigada”.

Tedros Ghebreyesus, que falava durante a sessão do enceramento da primeira conferência Internacional sobre Saúde Pública em África, lembrou os mais de cinco milhões de vidas que a covid-19 ceifou e os danos que deixou com as pessoas e na economia mundial. No entanto, reconheceu o progresso alcançado, que permitiu, no período de um ano, a existência e distribuição de vacinas, numa campanha sem precedentes na história da humanidade. Mas por outro lado, lamentou que esta distribuição não esteja a ser equitativa, com o continente africano a ficar-se pelos 8% da população vacinada.

O responsável pela OMS agradeceu à África do Sul e ao Botswana pela pronta detecção e sequenciação da variante Ómicron, para a qual as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de Novembro. A este propósito, classificou às restrições que estes países sofreram pela parte de outros Estados como “injustas”.

“Alegra-me ver que alguns países levantaram as restrições. Precisamos compensar a transparência e não castigar, mas os nossos sistemas não promovem que os países alertem os outros e isso tem custos”, disse.

Ghebreyesus disse ainda que a covid-19 revelou que “a produção nacional deve ser uma prioridade nacional”, incentivando à fabricação de vacinas em África.

“Mais do que qualquer outra crise, a covid-19 veio lembrar-nos que o bem mais precioso do mundo é a saúde”, disse, apresentando um conjunto de prioridades como a conjugação para uma melhor resposta à pandemia, investimento na pesquisa, ciência e capacidade local de produção e, por último, investimento no atendimento de saúde primário para disponibilizar um atendimento médico.

“A saúde não é um luxo, mas é um direito fundamental humano” e o continente africano “deve investir em saúde”, concluiu.

Fonte: Lusa

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