A Organização Mundial da Saúde (OMS) organizou uma ‘task-force’ para estudar a origem da Covid-19. De acordo com o que a Associated Press (AP) noticia, esta terça-feira, a hipótese de ter surgido num acidente de laboratório não está excluída.

A organização considerou, o ano passado, que esta é uma hipótese “extremamente improvável”, com muitos cientistas a defenderem que o vírus tem origem animal.

De acordo com um relatório da OMS, citado pela AP, o grupo de trabalha explica que ainda faltam “peças-chave” em termos dados. Por isso, estes cientistas continuam “recetivos a quaisquer dados que possam surgir no futuro por forma a permitirem testes abrangentes de todas as hipóteses razoáveis”. O seu trabalho também limitado, segundo explicam, porque não têm acesso a alguns documentos da China.

“Tragicamente, o governo chinês ainda se recusa a partilhar dados essenciais e não vai autorizar a auditoria necessária e essencial”, disse Jamie Metzl, um conselheiro na OMS.

Em Fevereiro, o director-geral da OMS enviou duas cartas ao governo da China, por forma a recolher dados dos casos mais antigos que possam estar relacionados com a Covid-19. De acordo com a AP, não há certezas de que Pequim tenha respondido.

A possibilidade de ser um acidente de laboratório começou a ser difundida por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos na altura, que chamou também o novo coronavírus de “vírus chinês”. Para além da desinformação espalhada, pois a origem do vírus ainda está em estudo – e assim poderá ficar durante muitos anos -, o responsável foi acusado pela comunidade internacional de discriminação.

Os cientistas dizem que, apesar de não excluírem um acidente em laboratório – pois alguns surtos já tiveram essa origem no passado -, nenhum dos relatórios que a organização recebeu apontava para essa hipótese.