A maioria das vacinas administradas à população para combater a covid-19 e suas variantes, desde ‘alfa’ à ‘delta’, são de dose dupla. Mas, com o surgimento da variante “ómicron”, há quem já avança para a toma de uma terceira dose, denominada “dose de reforço”, até mesmo de marca diferente das duas doses anteriores.
As vacinas existentes, segundo especialistas, podem não ter a eficácia esperada no combate a nova variante. Neste sentido, o Reino Unido (RU) confirmou, esta segunda-feira, que vai acelerar o programa de vacinas de reforço contra a covid-19. Esta vai ser administrada em adultos, aconselhando-se também em jovens maiores de 12 anos. Mais ainda, o RU vai reduzir o intervalo para três meses após a toma da segunda dose.
Uma vez que as farmacêuticas só garantem uma distribuição em massa das vacinas eficazes contra a nova variante nos próximos cem dias, o Reino Unido defendeu que estas medidas “vão proteger mais pessoas mais rapidamente”. Por outro lado, a decisão representa um desafio logístico, pois vai aumentar para quase o dobro o número de pessoas elegíveis para a dose de reforço.
Independentemente da “ineficácia” das vacinas existentes “[elas] continuam a ser a nossa melhor linha de defesa contra este vírus… é muito improvável que não tenham qualquer efeito contra sintomas graves”, disse o Ministro da Saúde, Sajid Javid.
Entre as vacinas existentes no mercado, o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) do Reino Unido, sugere o uso de vacinas Pfizer e Moderna.
O Reino Unido já identificou 11 casos de infecção com a variante Ómicron, seis dos quais na Escócia, e prevê-se que os números aumentem nos próximos dias.
Até ao momento, Portugal administrou 990.192 doses de reforço contra a Covid-19, estando perto de atingir um milhão de pessoas vacinadas com a terceira dose, revela o relatório de vacinação diário partilhado pela Direção-Geral da Saúde local. Mais de metade de pessoas (500.196) que tomaram a dose de reforço têm mais de 80 anos.
“Dose de reforço” é de marca diferente da dose dupla
As variantes da covid-19 catalogadas pela Organização Mundial da Saúde sempre preocuparam os governos, mas não ao ponto de aconselhar a população à administração de qualquer vacina, especialmente para as de dose dupla. As indicações foram sempre para a toma de uma mesma marca de vacina.
No Brasil, por exemplo, o Município de São Paulo anunciou, ontem, que, a partir de hoje, vai utilizar a vacina da Pfizer para a dose de reforço de quem foi imunizado com a Janssen. A recomendação do Ministério da Saúde brasileiro é que seja utilizado imunizante da mesma marca. No entanto, uma recomendação anterior, feita em Agosto deste ano, já autorizava o uso da vacina Pfizer para idosos que tomaram a dose única da Janssen.