A corrupção em Moçambique “é uma realidade instalada”, conta-nos Francisco Paulo, director do gabinete de Manuel de Araújo, presidente do conselho municipal de Quelimane.
O parlamento aprovou na especialidade e por consenso a revisão da Lei de Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. Uma lei que vai reforçar o quadro jurídico de combate à corrupção.
“A corrupção em Moçambique é um facto verídico e é preciso que alguém esteja por cima do fenômeno para travar a corrupção”, aponta à RFI o chefe de gabinete na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, Francisco Paulo.
Pela primeira vez, o projecto de lei prevê tornar obrigatório que igrejas, ONGs e fundações tornem as contas públicas, para evitar lavagem de dinheiro. “É verdade que há muita circulação de dinheiro de forma alheia. A corrupção tem sido muito, muito, muito, mas muito acarinhada”, confirma. O dirigente da ala da oposição, a Renamo, deixa exemplos: “as pessoas entregam dinheiro aos professores, sem pedirem, à polícia, sem ninguém pedir. É uma coisa que tem sido normalizada”, lamenta.
O director do gabinete lembra ainda que cabe às autoridades estarem atentas. Moçambique “é um país pobre, mas na nossa pobreza nós deveríamos ter uma linhagem contrária e não optarmos pela corrupção. As autoridades devem estar por cima para travar este mal”, conclui.
O governo quer rever leis para implementar no país uma nova ordem jurídica em relação ao aumento de circulação de armas no país, permitindo a Moçambique de agir mais rapidamente na implementação de resoluções das Nações Unidas e congelar activos provenientes do branqueamento de capitais ou destinados ao financiamento do terrorismo.
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