Depois de uma primeira ronda de negociações falhada em Outubro, a 16.ª Conferência das Partes da Conservação sobre Diversidade Biológica (COP 16) terminou no final da semana passada com um acordo para o financiamento da biodiversidade global. O objectivo é encontrar 200 mil milhões de dólares anuais para reverter a destruição da natureza.
“O caminho até 2030 foi traçado, e agora cabe aos governos e ao sector privado garantir que os compromissos assumidos se traduzam em acções concretas para proteger a natureza e garantir um futuro sustentável para todos”, escreve a Associação Zero em comunicado citado pelo jornal português Negócios.
De acordo com a mesma publicação, os ambientalistas consideram que o acordo firmado é uma vitória não apenas pelo impacto que terá na protecção do planeta, mas também porque mostra que “o multilateralismo permanece uma ferramenta essencial para enfrentar a crise da biodiversidade”.
Em outubro, quando os países se reuniram em Cali, na Colômbia, não tinha sido possível chegar a um entendimento sobre quem contribuiria para este fundo e como seria gerido. Para Susana Muhamad, presidente da COP 16 e ministra do Meio Ambiente da Colômbia citada pela Reuters, esta foi uma forma de mostrar que a união ainda é possível para “o bem comum, o meio ambiente e a protecção da vida”.
O acordo que vai permitir cumprir o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal assegura maior representatividade aos países do hemisfério sul e maior acesso a estes recursos. O lançamento do Fundo Cali contará com contribuições do sector privado, que serão destinadas, em 50%, às comunidades indígenas e locais para que possam preservar a biodiversidade.
As empresas que vão contribuir para este fundo são sobretudo aquelas que usam a codificação genética do mundo natural para desenhar produtos cosméticos e medicamentos. Os montantes vão contribuir para o esforço anual de 200 mil milhões de dólares a investir até ao final desta década.
Deste montante, cerca de 30 mil milhões devem ser garantidos pelos países mais ricos, em que se incluem os Estados-membros da União Europeia, o Japão e o Canadá – e entregues às nações pobres. A próxima COP 17 está prevista para 2026, na Arménia.
(Foto DR)
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