O Japão deverá convocar uma cimeira do G7 para 24 de Fevereiro, dia do primeiro aniversário da guerra da Rússia contra a Ucrânia, noticiou hoje a agência japonesa Kyodo, citado pela Lusa.
O país asiático exerce este ano a presidência rotativa do grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo, em que tem como parceiros seis membros da NATO: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e Reino Unido, mais a União Europeia (UE).
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, termina hoje uma visita ao Japão, depois de ter estado na Coreia do Sul, destinada a reforçar os laços da Organização do Tratado do Atlântico Norte com os dois parceiros asiáticos.
Fontes do Governo japonês disseram à Kyodo que o primeiro-ministro, Fumio Kishida, tenciona convidar o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para participar na cimeira extraordinária, que decorrerá por videoconferência.
O Japão acolherá a cimeira anual do G7 no final de maio, em Hiroshima, uma cidade destruída por bombas atómicas dos Estados Unidos em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, juntamente com Nagasaki.
Da cimeira de Hiroshima, o Japão espera que saia uma mensagem de unidade contra a agressão da Rússia contra o país vizinho, acrescentou a Kyodo, segundo a agência espanhola EFE.
O anúncio da possível reunião especial de 24 de Fevereiro ocorre numa altura de especulação crescente de que a Rússia lançará um ataque em grande escala contra a Ucrânia na primavera, assinalou a agência noticiosa japonesa.
A concretizar-se, a cimeira especial do G7 seria a primeira organizada por Kishida.
Uma reunião semelhante realizou-se em 24 de Fevereiro de 2022, na qual os líderes do G7 concordaram em impor sanções económicas punitivas à Rússia, recordou a Kyodo.
O país que preside ao G7 é responsável por organizar e acolher a reunião anual dos líderes dos países que integram o grupo, de que a Rússia foi excluída em 2014, por ter anexado a península ucraniana da Crimeia.
Desde que invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro do ano passado, a Rússia anexou mais quatro regiões do país vizinho: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
As autoridades ucranianas e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas.
A Rússia presidiu ao então G8 em 2006, e Vladimir Putin, que continua a ser o Presidente do país, foi o anfitrião da cimeira desse ano, em São Petersburgo.
Antes disso, em 1997, o então líder russo, Boris Ieltsin, acolheu uma reunião especial do G7 em Moscovo sobre segurança nuclear.
A primeira cimeira do grupo como G8 aconteceu em Denver, Colorado, em 1998, sob a presidência de Bill Clinton.
A guerra na Ucrânia também dominou a 48.ª cimeira do G7 em 2022, realizada na Alemanha, país que antecedeu o Japão na presidência rotativa do grupo.
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