Comissão Europeia avança com embargo total ao petróleo russo

Comissão Europeia avança com embargo total ao petróleo russo

Após semanas de discussão entre as instâncias centrais europeias e os Estados-membros, a Comissão Europeia apresentou esta manhã um novo pacote de sanções contra a Rússia que inclui a proibição total das importações de petróleo, seja ele marítimo e oleoduto, bruto e refinado.

O anúncio foi feito esta quarta-feira por Ursula von der Leyen, que especificou que o embargo será implementado de “forma progressiva e ordenada”, de modo a que os países e os seus parceiros europeus possam “assegurar rotas de abastecimento alternativas” e “minimizar o impacto nos mercados globais”.

“Iremos eliminar gradualmente o fornecimento russo de petróleo bruto no prazo de seis meses, e de produtos refinados até ao final do ano. Assim, maximizamos a pressão sobre a Rússia, ao mesmo tempo que minimizamos os danos colaterais para nós e para os nossos parceiros em todo o mundo”, disse a presidente da Comissão citada pelo portal Zap Aeiou.

A responsável foi a própria a admitir que a medida terá um enorme impacto, mas a sua implementação está repleta de desafios, sobretudo para os países que apresentam níveis de dependência mais elevados. “Sejamos claros: não será fácil. Alguns países estão fortemente dependentes do abastecimento russo”, reconheceu. Este será o caso da Eslováquia e da Hungria. É, por isso, expectável que estes países beneficiem de um regime de excepção, que Von der Leyen classificou como uma “tolerância”.

“Com estes passos, estamos a privar a economia russa da sua capacidade para se diversificar e modernizar”, afirmou a presidente da Comissão Europeia. Para além desta medida, Ursula von der Leyen anunciou ainda a exclusão do maior banco comercial da Rússia, o Sberbank, do sistema internacional de pagamento SWIFT, assim como outras duas instituições bancárias do país. De acordo com a responsável, estes bancos são “sistematicamente críticos para o sistema financeiro russo”.

Outra das medidas tem que ver com a proibição da difusão de três emissoras estatais russas de rádio e televisão que a Comissão categoriza como agentes de difusão de propaganda do Kremlin e desinformação. “Deixará de lhes ser permitido distribuir o seu conteúdo na União Europeia, sob qualquer forma ou formato, seja por cabo, via satélite, Internet ou através de aplicações para smartphones”.

A Comissão Europeia também fez saber que vai acrescentar à lista de indivíduos e entidades sujeitos ao congelamento de bens e entrada na União Europeia os nomes de “oficiais militares de alta patente e outros indivíduos que cometeram crimes de guerra em Bucha e são responsáveis pelo desumano cerco à cidade de Mariupol”.

Ursula von der Leyen acrescentou ainda que a Comissão Europeia está apostada na recuperação e reconstrução da Ucrânia assim que o conflito termine. “A escala de destruição é impressionante. Hospitais e escolas, casas, estradas, pontes, caminhos-de-ferro, teatros e fábricas — tudo tem de ser reconstruído”.

Partilhar este artigo