O Centro de Integridade Pública, através do seu boletim de eleições CIP eleições), revela que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) promoveu a derrota do partido Renamo em cinco autarquias do país através do roubo de 180 mil votos e adicção e eleitores fantasmas.
Através da comparação dos resultados apresentados pela CNE e da contagem paralela da sociedade civil e dos partidos políticos, o documento indica que na cidade de Maputo a falcatrua da CNE é mais evidente.
Nessa autarquia a CNE teria eliminado cerca de 60 mil votos da Renamo, e acrescentado nos resultados 13 mil votos fantasmas, cerca de dois por cento, “que votaram todos na Frelimo”. “Assim, estamos a lidar com mais de 73.000 votos fraudulentos – uma pilha bastante grande”.
Na contagem paralela, a Renamo obteve 198,207 votos (55%), contra 132,850 votos da Frelimo (37%), num universo de 375,053 votantes. Os dados da CNE indicam que votaram 412,564 eleitores, onde a Renamo obteve 135,411 votos (34%) e Frelimo 235,506 votos (59%).
O cenário é igualmente flagrante na cidade da Matola, onde “85.000 votos foram da Renamo foram simplesmente entregues à Frelimo”.
A contagem paralela indica que, no universo de 343,907 eleitores, a Renamo obteve 190,433 votos (59%), contra 110, 536 votos da Frelimo (34%). Os resultados da CNE indicam 383,791 eleitores, tendo 190,867 (36%) votado na Renamo, e 207,261 votado na Frelimo (57%).
Na cidade de Nampula, da contagem paralela ficou por verificar os resultados de três mesas de votos. Ela indica um total de 165,345 votantes, tendo 75,492 (48%) votado na Renamo, e 70,402 (44%) votado na Frelimo. Mas a CNE contabilizou 165,302 votos, onde coube a Renamo 65,985 (42%) e a Frelimo 82,285 (52%).
Diz a ONG que 10.000 votos foram retirados da Renamo, e dados, em segredo, à Frelimo, incluindo cerca de dois mil votos do MDM e outros partidos.
Em Chiúre, em Cabo Delgado, a contagem paralela demonstra a reeleição do partido. Do universo de 25,635 votantes, a Renamo obteve 11,818 votos (50%) e a Frelimo 10,968 votos (47%). A CNE oficializou 27,098 votantes, e atribuiu a Renamo 11,766 votos (47%) e a Frelimo 12,503 (50%).
“Aqui a corrida foi renhida, com a Renamo a liderar por menos de 1000 votos. Milagrosamente, a afluência às urnas aumentou 2% depois do fecho das urnas, e 1500 eleitores fantasmas votaram todos na Frelimo, o que foi suficiente para lhe dar a vitória”, diz o CIP Eleições.
Em todos estes quatro casos, as alterações foram feitas a nível local e a CNE limitou-se a carimbar os resultados das comissões eleitorais municipais/distritais.
Para a autarquia de Quelimane o roubo foi em dose dupla, a nível local e central.
A contagem paralela indica o total de 70,674 votantes, tendo a Renamo obtido 34,268 (53%) votos e a Frelimo 28,257 (43%) votos. A CDE contabilizou 81,952 votantes, dos quais votaram na Renamo 35,087 (46%) e na Frelimo 38,595(50%). E, por sua vez, a CNE central contabilizou 83,511 eleitores, tendo votado na Renamo 36,393 (47%) e na Frelimo 38,492 (49%).
A comissão eleitoral distrital encontrou 10.000 votos a mais e deu-os à Frelimo. Depois, a Comissão Nacional de Eleições encontrou mais 1500 eleitores fantasmas e decidiu que tinham votado na Renamo e no MDM.
O boletim de eleições nota que “Os apuramentos feitos pelas comissões eleitorais municipais, distritais e nacionais são secretos e os seus registos não são mantidos”.
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