Dezassete chefes de Estado e de Governo do G20 vão reunir-se na Indonésia com a expectativa do encontro inédito entre os Presidentes chinês e norte-americano, mas também a anunciada ausência do líder russo.
A Indonésia vai acolher a cimeira do G20, o grupo das maiores economias mundiais, esta terça-feira, em Bali, com um destacamento de segurança sem precedentes naquela que é conhecida como “ilha dos deuses”, propensa a desastres.
Dezassete chefes de Estado e de Governo devem discutir soluções para uma série de crises globais na ilha hindu do país que tem a maior população muçulmana do mundo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, não estará na cimeira, e será representado pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, tal como o Brasil e o México. O tabu sobre a presença Vladimir Putin na ilha só foi desfeito na quarta-feira passada, quando o seu gabinete confirmou em definitivo que não iria a Bali. O Kremlin disse que a decisão foi tomada pessoalmente por Putin e justificou-a com razões de agenda e a necessidade de o Presidente permanecer na Rússia.
Na véspera, 9 de Novembro, Moscovo tinha anunciado a retirada das suas tropas de Kherson, uma das quatro regiões que anexou ilegalmente desde que invadiu a Ucrânia, a 20 de Fevereiro deste ano. Dois dias depois, a cidade de Kherson foi reconquistada pelas forças ucranianas com a ajuda das armas fornecidas pelos seus aliados ocidentais, como já tinha acontecido antes com outras regiões sob controlo russo.
Se fosse a Bali, além das críticas, Putin arriscava-se a ser olhado como um homem derrotado pelos líderes de uma parte significativa do “Ocidente colectivo” que tem acusado de querer destruir a Rússia, um papel que deixou para o seu chefe da diplomacia, Serguei Lavrov.
Biden e Xi frente a frente
Bali acolherá, na segunda-feira, véspera da cimeira de dois dias do G20, o muito antecipado encontro entre Xi Jiping e Joe Biden, o primeiro a nível pessoal como presidentes da China e dos Estados Unidos, já que se conheciam de outras funções.
Os líderes das duas maiores economias mundiais têm falado por telefone desde que Biden iniciou o mandato na Casa Branca, em Janeiro de 2021, mas a pandemia de covid-19 tem impedido encontros “cara a cara”. Até Bali.
Washington anunciou que Biden pretende sensibilizar Xi para desempenhar “um papel construtivo na contenção das piores tendências” da Coreia do Norte, a forma diplomática de pedir a Pequim que exerça a sua influência em Pyongyang, numa altura em que se receia que o regime de Kim Jong-un realize um teste nuclear.
A guerra comercial entre os dois países, as ameaças chinesas a Taiwan, a presença militar no Mar do Sul da China, os direitos humanos em Xinjiang e a guerra na Ucrânia (e as suas consequências para a economia mundial) deverão ser outros temas de conversa.
Xi poderá ter as suas questões, mas Pequim não revelou o que pretende falar com Biden.
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