A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força para assumir controlo sobre a ilha.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China exigiu esta terça-feira que os Estados Unidos parem de interferir na questão de Taiwan, acrescentando que Pequim mantém a “opção de agir”, caso a ilha declare independência.
“Reservamos a opção de agir se houver uma circunstância que viole a lei da República Popular da China contra o separatismo”, afirmou Qin Gang, citado pela Lusa, em conferência de imprensa, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.
“A determinação do povo chinês em defender a soberania não pode ser subestimada”, realçou. “Essa é uma linha vermelha que não pode ser cruzada”.
O governante chinês afirmou que os EUA “têm que parar de interferir nos assuntos internos” da China. “Porque é que não respeitam a soberania da China na questão de Taiwan, mas exigem que mostremos respeito pela soberania da Ucrânia”, questionou. “Porque é que estão a enviar armas para Taiwan e pedem-nos que não enviemos armas para a Rússia?”.
“Se os EUA querem a paz, devem parar de usar Taiwan para conter a China e rejeitar e impedir a independência de Taiwan”, disse.
Ao responder a uma pergunta sobre Taiwan, Qin abriu uma cópia da Constituição da República Popular da China, citando que a ilha é “território sagrado”.
“O separatismo em Taiwan não é compatível com a paz. A ameaça é o secessionismo. E se os Estados Unidos não mudarem de atitude, os laços com a China podem ser gravemente prejudicados”, afirmou.
“É um assunto da China, ponto final. Não é algo que outros países tenham que avaliar. Algumas autoridades dos EUA dizem o contrário, nós rejeitamos isso e estamos atentos”, acrescentou.
Na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, no domingo passado, o primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, prometeu que a China vai “lutar resolutamente” contra a “a independência” de Taiwan e “em prol da reunificação da pátria”.
A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força para assumir controlo sobre a ilha. O território é também fonte de tensões entre Pequim e Washington, o principal aliado e fornecedor de armas de Taipé.
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