O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, exprimiu ontem “a sua solidariedade ao povo irmão moçambicano”, após um ataque armado a uma missão católica no norte do país na terça-feira.
“O Presidente da República exprime a sua solidariedade ao povo irmão moçambicano, no momento em que mais um ataque terrorista causou vítimas inocentes no norte do país, esperando que a paz possa rapidamente voltar aquela importante região”, lê-se no `site` da Presidência citado pela Lusa.
Fonte da congregação das Irmãs Combonianas, em Itália, anunciou hoje que uma freira italiana foi morta durante um ataque à missão católica em Chipende, no extremo norte da área que faz parte da diocese de Nacala.
Trata-se de uma zona próxima do rio Lúrio, fronteira natural entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula.
Portugal lidera a missão de treino da União Europeia em Moçambique que desde final de 2021 está a preparar unidades de reacção rápida das Forças Armadas de Defesa moçambicanas para combaterem em Cabo Delgado.
A missão conta com 119 membros de 12 países, sendo Portugal o país com o maior contingente, que é actualmente de 68 militares dos três ramos das forças armadas e GNR.
O ataque a Chipende aconteceu dois dias antes da chegada a Maputo de Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), esta quinta-feira, para uma visita de dois dias.
Borrell vai reunir-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e entregar equipamento (não bélico) para apoiar o combate em Cabo Delgado, norte do país.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
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