Os transportadores colectivos de passageiros, vulgo “chapas”, voltaram a circular na Beira, centro de Moçambique, após dois dias de protesto, mas ameaçam aumentar unilateralmente o preço de viagem.
“Retomamos a actividade, mas, se até segunda-feira não houver soluções, vamos aplicar as taxas aprovadas pela assembleia municipal”, afirmou esta quarta-feira (13.07) Américo Mussicuane, presidente da Associação dos Transportadores da Beira (Atabe) citado pela DW.
Mussicuane falava aos jornalistas após um encontro com o conselho municipal da Beira para uma solução sobre a paralisação dos transportes colectivos de passageiros.
O dirigente associativo considerou um alívio o regresso à actividade por parte dos “chapeiros”, admitindo que o protesto dos transportadores penalizou os utentes.
O presidente do conselho municipal da Beira, Alberto Carige, apelou aos transportadores para voltarem a operar, frisando que a acção dos “chapeiros” prejudicou os passageiros e a economia da cidade, entre as maiores de Moçambique.
Aumento da tarifa depende do Governo central
Carige assegurou que aguarda a resposta do Governo central às propostas de aumento da tarifa de viagem submetida pelo município. O autarca avançou que a proposta está a ser analisada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações.
“Cabe a nós aguardar. O que tenho a dizer é que vamos retomar as actividades”, enfatizou.
O presidente do conselho municipal da Beira assinalou que a demora nos consensos em torno do preço de transporte de passageiros nas cidades moçambicanas é uma demonstração das falhas do processo de descentralização de poderes.
A crise dos transportes que a cidade da Beira atravessa começou na segunda-feira, quando os autocarros e “chapas”, ligeiros improvisados como transporte urbano colectivo, encostaram os seus veículos, mais uma vez, exigindo a revisão do preço de transporte na cidade.
A proposta aumenta a tarifa de transporte de 10 meticais para 15 meticais nas viagens dentro da cidade e para 25 meticais nos trajectos fora da urbe.
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