O Tribunal Judicial da cidade de Maputo vai sentenciar, hoje, quinta-feira (21), o arguido Chabane Adamuge Assuba, acusado de abate de pelo menos 42 leões, 20 elefantes e quatro rinocerontes, entre animais, jovens e adultos, machos e fêmeas.
Os animais, segundo a acusação do Processo, julgado pela juíza Evandra Uamusse, correspondem às peças de espécies proibidas encontradas na casa do arguido, de entre elas 14 crânios de leão; 128 molhos de caudas de leão; 88 garras de leão; 57 kg de ossadas de leão, distribuídos por três sacos; 55 pedaços de pontas de marfim; 74 ossos de elefante; e 24 maxilares de leão.
O arguido foi detido a 5 de Dezembro de 2022, na baixa da cidade de Maputo, na posse de mais de 9 kg de produtos de fauna (cornos de rinoceronte), que tencionava vender a cidadãos de origem asiática. Na sequência, procedeu-se a uma busca na residência do arguido, situada no bairro do Infulene, posto administrativo da Machava, província de Maputo, onde foram apreendidos 629,72 kg de espécies proibidas.
Segundo a justiça, o arguido responde pelos crimes ambientais, que incluem delitos contra a vida selvagem e contra a biodiversidade, bem como o crime de branqueamento de capitais.
O arguido Chabane Assuba, antes da sua detenção, dedicava-se à venda de mariscos e ao contrabando de viaturas. Uma publicação da Rádio Moçambique refere que, paralelamente, o acusado era sócio numa empresa fictícia denominada GB SERVICES, juntamente com os cidadãos identificados pelos nomes de Máquina Fernandes Niguilo e Lila Carlos Buramo Buramo.
Igualmente, Chabane Assuba mantinha relações com José Américo Maló Batsane, Sekou Sacko, de nacionalidade senegalesa, Marcos Paulo, conhecido por “Gogo”, Ernesto Augusto Mathula, também referido como “Nhanguen”, que trabalhava para Tiep Ta Quang, um cidadão vietnamita implicado no tráfico de espécies animais protegidas. Chabane actuava como intermediário entre este último e Paulo Zucula Júnior, bem como entre Zucula Júnior e Simon Ernesto Valoi, vulgo “Navarra”, ambos, igualmente, envolvidos na comercialização ilegal de cornos de rinoceronte, tendo sido detidos no âmbito do Processo.
Chabane também estabeleceu relações de negócios com cidadãos de nacionalidade vietnamita e chinesa, que se dedicam à compra e exportação ilícita daquelas espécies e seus derivados.
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