Caricato: Em Moçambique, os corruptos são os mesmos que devem combater e julgar a corrupção cristalizada na mente dos moçambicanos

O académico, Patrício José, diz que a corrupção é um fenómeno já cristalizado na mente dos moçambicanos e que o combate à “descristalização” exige muito esforço do líder desse processo.

“A luta contra a corrupção é um combate renhido, porque está um pouco cristalizado na nossa consciência”, disse, notando que “naturalmente” o cidadão assumiu a necessidade de corromper para ter acesso aos serviços, e vice-versa.

Ele vincou a necessidade de se quebrar “este círculo vicioso, que até começa no raciocínio e acaba conduzindo a nossa postura”.

“Destruir isto…. Retirar-se da consciência que já está cristalizada há muito tempo exige muito desempenho de quem tem de estar na liderança dos processos [de combate à corrupção]”.

Falando à Rádio Moçambique pela passagem, hoje, do quarto ano do segundo ciclo de Governação de Filipe Nyusi, como Presidente da República, ele notou a particularidade de que, em Moçambique, os corruptos são os mesmos que devem combater e julgar a corrupção.

“Eu não sei se tem vindo a acompanhar que até quem tem de julgar a corrupção também é corrupto; quem tem de processar também é corrupto. Temos vindo a acompanhar magistrados que estão a ser demitidos, expulsos da carreira da magistratura, da administração pública, do ministério público e do judiciário”, referiu, questionando o que terá ocorrido na sociedade até que se chegasse a esse nível.

Ele vincou que o fenómeno da corrupção afecta a todos, incluindo quem deveria ser ou manter-se imune à força corruptora.

“Esse é um desafio. O esforço está lá. É visível. E vamos verificar até que ponto ele [Filipe Nyusi] deixa um legado. Este tipo de esforços tem de continuar para sempre, porque ainda não está ganha a batalha”, disse.

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