Cabo Delgado: Subsidiária da australiana Syrah Resources expulsa ilegalmente 23 trabalhadores após greve de 2022

A empresa (Twigg Exploration & Mining Lda) que explora a maior reserva de grafite de alta qualidade do mundo expulsou, via telemóvel, 23 trabalhadores que estiveram envolvidos na greve de 2022 que paralisou as operações por um período de um mês (Setembro a Outubro).

Segundo informação avançada pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) a expulsão surge após estes terem iniciado uma greve como forma de reivindicar melhores condições de trabalho, incluindo o aumento salarial, gozo de férias anuais (licença disciplinar), reconhecimento e valorização das qualificações profissionais.

Os grevistas denunciavam na altura a existência de diferenças salariais entre os trabalhadores locais e os provenientes de outras províncias do país, que alegadamente são bem pagos e melhor considerados pela direcção da empresa.

Refere a publicação da CDD que, alguns trabalhadores acusaram o patronato e a administração do distrito de Balama de falta de interesse em atender às queixas dos operários, depois de sucessivas rondas de diálogo.

Segundo a fonte, nenhum dos trabalhadores expulsos recebeu da empresa um documento que atesta a sua desvinculação, muito menos uma indemnização.

Na tentativa de ver os seus direitos repostos, os trabalhadores expulsos já contactaram todas as instituições relevantes para a resolução de conflitos laborais, desde distritais até provinciais, mas até aqui nenhuma se pronunciou a-propósito. Este silêncio contrasta com o empenho e dedicação demostrado pelo Governo em 2022 quando destacou vários quadros de nível nacional, provincial e distrital para ajudar a Twigg Exploration & Mining Lda a convencer os mais de 300 trabalhadores a retomarem as actividades.

Aliás, para os trabalhadores expulsos, (todos de Cabo Delgado) o Governo só intervém para proteger os interesses do capital financeiro internacional em detrimento do interesse das comunidades locais.

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