A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior entidade patronal no País, afirmou nesta quarta-feira que não se revê com recentes pronunciamentos sobre a situação de insegurança em Cabo Delgado.
A posição da CTA surge após o presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado, Mamudo Irache, ter sugerido nesta terça-feira a retirada de investimento francês nos projectos de gás natural da bacia do Rovuma, alegando que a descoberta do gás natural criou instabilidade no norte do País. Mas, anterior a isso, a Embaixada de França em Moçambique já havia divulgado uma nota, na semana passada, desaconselhado os seus cidadãos a não viajarem para as cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, em Cabo Delgado.
Em nota, a maior entidade patronal no País refere que, “olhando para o conteúdo do Comunicado da Embaixada da França e dos pronunciamentos do representante da delegação provincial da CTA – presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado, a direcção da CTA não se revê nos referidos pronunciamentos, porquanto considera tratar-se de um assunto de Estado e não da sua missão, que é construir e liderar um ambiente de negócios que coloque o sector privado como um sujeito activo e fazedor da nossa economia”.
“Portanto, a CTA não se imiscui em assuntos de Estado, embora esteja preocupada com a situação de insegurança em Cabo Delgado. Por outro lado, a CTA não vê nenhuma relação entre o Comunicado do Governo da França, através da sua Embaixada em Maputo, e o desempenho da TotalEnergies”, lê-se no documento, a que o MZNews teve acesso.
Segundo o sector empresarial moçambicano, nos últimos meses, a instabilidade militar em Cabo Delgado tem conhecido preocupante recrudescimento de acções terroristas, e trouxe incertezas que influenciam negativamente as perspectivas de crescimento económico da província em particular, e do País no geral.
Entretanto, a CTA sublinha que deseja continuar a aprofundar as relações já em curso com o projecto Mozambique LNG, no sentido de reforçar a maximização do conteúdo local. “A CTA continua convencida, assim, que uma retoma do projecto na Área1 vai garantir mais oportunidades para o empresariado nacional, assim como contribuir para o desenvolvimento sustentável da província de Cabo Delgado, em particular, e do País, em geral”, conclui.
Deixe uma resposta