Cabo Delgado: Autoridades procuram recursos para responder à nova vaga de deslocados

O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Desastres (INGD) necessita, urgentemente, de recursos para fazer face à vaga de deslocados resultante da nova escalada de acções jihadistas em Cabo Delgado, mais de 880 dos quais se encontram no distrito de Macomia e centenas de outros em Mueda.

A delegada do INGD em Cabo Delgado, Elisete Manuel descreveu a situação como preocupante, porque os deslocados necessitam de assistência alimentar de emergência.

Ainda assim, o analista político e pesquisador do Observatório do Meio Rural (OMR), João Feijó, considera que os novos ataques armados podem estar relacionada com o eventual regresso da TotalEnergies, uma vez que tem havido muito optimismo da parte do Governo, ‘’ e nós sabemos que este projecto vai beneficiar o Governo, que é o principal inimigo deste grupo armado’’.

Citado pela VOA, Feijó referiu que nos últimos tempos, o grupo tem vindo a deslocar-se para o sul da província de Cabo Delgado, porque se aproveita um pouco do efeito das chuvas na província, uma vez que as estradas estão intransitáveis, o que dificulta a deslocação do exército moçambicano e das tropas ruandesas e da SADC.

“O curioso é que o grupo não tem feito mal a população, não rouba comida, compra comida a preços generosos, e esta estratégia vai ter um impacto muito complicado na região”, realçou o pesquisador.

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