As autoridades do distrito de Macomia “decretaram” a retirada compulsiva, até hoje, quinta-feira, dos residentes da vila de Mucojo, quase um mês depois do assalto e ocupação por rebeldes, do estratégico e principal entreposto pesqueiro.
Segundo uma publicação da VOA, o aviso de retirada foi transmitido por alguns líderes locais, mas não foram avançadas as razões da evacuação daquela zona, explicou Adrisse Abdalá, um pescador local.
“Eu participei numa reunião com o novo chefe da localidade em Masiva, e lá foi dada a informação que toda a população deve sair”, precisou Adrisse Abdalá, anotando que, face ao aviso, os ”insurgentes também advertiram que novo reforço está a chegar para a segurança da população”.
Os insurgentes e a população estiveram no último mês em convivência pacífica em Mucojo, que, agora, apelaram à população a não cumprir a ordem de abandono, insistindo que vai garantir a sua segurança. No entanto, Abdalá receia que a população seja usada como escudo humano, numa possível investida das forças moçambicanas e estrangeiras para a retomada do controlo de Mucojo.
Outro morador citado pela VOA, disse que algumas pessoas estão a fugir de forma sorrateira para Napala, onde apanham transportes semi-coletivos ou via marítima, para Pemba ou outros distritos seguros.
Ainda segundo as mesmas fontes, parte dos deslocados que fogem de Mucojo via marítima está a ser parada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) nas ilhas de Quirambo e Matemo, no distrito de Ibo.
“Tivemos a ordem para sair. O inimigo disse que vêm reforçar porque o Governo está a tirar a população. Assim estamos à espera, numa incerteza” contou Jumail Sualeh, outro morador local.
A ocupação de Mucojo, a 21 de Janeiro, marca a primeira vez que a insurgência assume o controlo de uma povoação significativa desde que foi expulsa de Mocímboa da Praia e Mbau em Agosto de 2021, escreve o Cabo Ligado, uma publicação que acompanha a insurgência em Cabo Delgado.
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