Burkina Faso realiza Festival de Cinema Pan-Africano diante dos desafios da Covid-19

O Burkina Faso iniciou a 27.ª edição do Festival Pan-Africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO), no sábado (16), em meio aos desafios da Covid-19 e um cenário de terrorismo islâmico na região do Sahel da Africa Ocidental.

A cerimónia, marcada por cores vivas, homenageou aos militares do país e o antigo presidente e líder revolucionário Thomas Sankara.

O surto da pandemia levou ao adiamento do FESPACO, inicialmente agendado para iniciar em Fevereiro último.

“Era importante adiar o festival”, disse Alex Moussa Sawadogo, delegado geral do Festival, durante a cerimónia de abertura. Por outro lado, a fonte referiu que não teria sido possível obter a qualidade dos filmes seleccionados se o Festival tivesse sido realizado naquele mês.

O Presidente do Burkina Faso, Roch Marc Kabore, congratulou a abertura da 27.ª edição do FESPACO, com numa mensagem no Twitter.

“A realização desta bienal de cinema africano, num duplo contexto de desafios de segurança e saúde, testemunha a resiliência e a abnegação do povo Burkinabe”

Roch Marc Kabore

O FESPACO, lançado em 1969, é acompanhado em todo o mundo e actores da indústria do cinema que procuram novos filmes, produções, talentos e ideias.

A edição de 2021 conta com a participação da organização African International Film & TV Market numa plataforma dedicada. Esta visa conectar potenciais clientes e pontos de venda internacionais com vendedores de conteúdos africanos. Isto passa por promover transacções e propor novos modelos de negócio para o sector.

Mais de 200 filmes feitos por africanos e produzidos predominantemente em África foram seleccionados entre cerca de 1.132 produções para o evento com a duração de uma semana.

Setenta filmes divididos em seis categorias, incluindo longas-metragens, curtas-metragens, documentários, filmes de animação e produções escolares, estão na competição oficial.

Na categoria de longas-metragens, 17 estão em competição, incluindo o drama nigeriano “Eyimofe (Este é o Meu Desejo)”, dos irmãos gémeos Arie Esiri e Chuko Esiri, que recebeu críticas positivas e venceu a Melhor Longa Narrativa de 2021 no Festival de Filadélfia BlackStar.

Outras longas incluem “Bendskins” de Narcise Wandji dos Camarões; “Baamum Nafi” de Mamadou Dia do Senegal; “A Linha Branca” de Desiree Kahipoko-Meiffret da Namíbia; e “Os Três Lascars” de Boubakar Diallo do Burkina Faso.

O Festival termina a 23 de Outubro com a entrega do prestigioso prémio Stallion of Yennenga para o melhor filme.

Partilhar este artigo