Bispos católicos condenam assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe

Bispos católicos condenam assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe

A Conferência Episcopal de Moçambique, em representação da igreja católica condenou  o bárbaro assassinato de duas figuras políticas a relembrar com evidência, outros assassinatos de figuras ligadas a partidos da oposição, ocorridos na sequência de anteriores eleições.

“Todavia, no rescaldo eleitoral mais uma vez se fez o recurso à violência e agora manchado com uma cobarde emboscada como forma de calar, se não a verdade, pelo menos a democracia”, dizem os bispos na nota pastoral.

Os bispos dizem ainda no documento que  MZNews teve acesso, que enquanto instituição, são apartidária, mas isso não significa que renuncie ao seu compromisso político e social, “a um caminho concreto para a construção de uma sociedade mais democrática, inclusiva, justa e fraterna, na qual todos devem viver em paz, com dignidade e futuro.”

De acordo com os bispos, mais de metade dos moçambicanos que tinham sido inscritos, não se fizeram presentes para exercer o seu direito ao voto.

“Assistimos à mais elevada abstenção eleitoral na nossa história de eleições multipartidárias, o que parece indicar que as irregularidades e fraudes registadas em eleições anteriores demonstraram a grande parte da população que a sua vontade, expressa nas urnas, não é respeitada, tornando inútil o exercício deste importante direito cívico”, afirmam os bispos católito.

Os bispos falam, mais uma vez, de fraudes grosseiras durante o processo de votação. “Repetiram-se enchimentos de urnas, editais forjados e tantas outras formas de encobrir a verdade”, lê-se na carta dos bispos católicos e não param por aí.

Dizem na carta que “as irregularidades e fraudes, a grosso modo impunemente praticadas, reforçaram a falta de confiança nos órgãos eleitorais, nos dirigentes que abdicam da sua dignidade e desprezam a verdade e o sentido de serviço que deveria nortear aqueles a quem o povo confia o seu voto”. “Desta forma, empurram o povo não só a comprovar as suas desconfianças, mas também a se questionar sobre a legitimidade dos eleitos”.

“Face a estes comprovados dados adulterados, poderão os órgãos eleitorais certificar os resultados?”, questionam os bispos.

Lembram ainda que a aplicação da lei eleitoral na fase do apuramento dos votos a nível nacional por parte das autoridades competentes, por si só, não pode garantir resultados fidedignos se os dados não o são.

“Certificar uma mentira é fraude”, alertam os bispos numa clara mensagem aos responsáveis pelos órgãos eleitorais.

Os bispos terminam, reiterando, um forte apelo para que “travemos a violência, os crimes políticos e o desrespeito pela democracia. Tenhamos a coragem de enveredar pelo diálogo e de repor a verdade dos factos”.

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