“Bancos africanos poderão ter uma evolução estável em 2022, mas com riscos”, antevê Fitch

A agência de notação financeira Fitch Ratings atribui uma Perspectiva de Evolução estável aos bancos africanos, considerando que as condições empresariais e a pandemia limitam a recuperação do sector financeiro do continente.

“A Fitch Ratings considera que a perspetiva de evolução do sector dos bancos africanos em 2022 é neutra, com condições empresariais replectas de incerteza e com os riscos associados à pandemia de covid-19 a limitarem a recuperação”, lê-se na nota que acompanha a divulgação do relatório citado pela Lusa.

O relatório, no qual apenas consta o lusófono Banco Angolano de Investimentos, com um rating de CCC, antecipa “um ligeiro aumento dos empréstimos” num contexto de um preço “relativamente alto das matérias primas e condições favoráveis de financiamento externo”.

Os analistas da Fitch Ratings, a agência de notação financeira detida pelos mesmos donos da consultora Fitch Solutions, salientam que “há uma significativa incerteza em África, que está particularmente em risco das novas variantes de covid-19, num contexto de uma baixa taxa de vacinação e pouca espaço de manobra orçamental dos governos”.

Se estes riscos se materializarem, “a perspectiva de evolução pode mudar de forma dramática”, avisam os analistas.

“Os bancos provavelmente vão cometer erros na busca pelo crescimento com as difíceis condições de operação, que são caracterizadas pelos desafios e incertezas”, disse o director do departamento dos bancos africanos na Fitch, Mahin Dissanayake.

“O ritmo das degradações no rating abrandou significativamente em 2021; na ausência de materialização dos riscos negativos, esperamos que esta tendência se mantenha em 2022”, acrescentou.

A Fitch Ratings colocou 56% dos bancos analisados em Perspectiva de Evolução negativa, que compara com os 66% registados em Dezembro do ano passado.

“A revisão para Estável da Perspetiva de Evolução durante 2021 reflecte a visão de que os ventos contrários amainaram nalguns mercados e que há um grau de tolerância a ligeiros riscos descendentes face aos ratings actuais”, concluiu.

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