Bancos Africano e Europeu assinam acordo para impulsionar investimentos privados

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) assinaram esta segunda-feira um acordo de parceria para impulsionar o financiamento do sector privado em África, anunciaram as duas instituições.

“Este acordo com o BERD é muito importante para nós porque o maior desafio para África são as infraestruturas, que têm um défice de financiamento estimado entre 68 e 100 mil milhões de dólares por ano”, disse o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, citado num comunicado enviado à Lusa.

O anúncio da parceria, que não aponta um valor concreto para a ajuda financeira, surge na véspera da cimeira sobre o financiamento das economias africanas, que decorre na terça-feira em Paris, com dezenas de chefes de Estado africanos e diversas instituições financeiras internacionais.

“O memorando de entendimento vai ajudar a catalisar novas fontes de financiamento para ajudar a fechar o défice de financiamento de 2,5 biliões de dólares para o desenvolvimento em África, o que obriga a que as instituições financeiras de desenvolvimento trabalhem em parceria”, lê-se ainda no texto.

As duas instituições comprometem-se a usar “as suas respectivas qualidade e experiência, com um foco particular na mudança climática, na infraestrutura resiliente e verde e no desenvolvimento dos mercados de capitais, trabalhando ainda para melhorar o ambiente de negócios, fomentar a economia real e mobilizar os investimentos do sector privado”.

No mês passado, os dois bancos tinham dado um primeiro passo no sentido desta cooperação, financiando em conjunto uma central fotovoltaica em Kom Ombo, no Egipto, no valor de 114 milhões de dólares.

O BAD, um dos cinco principais bancos multilaterais de desenvolvimento do mundo, foi criado em 1964, e tem 80 países acionistas (54 países africanos e 26 países não africanos da Europa, América e Ásia), incluindo Portugal.

O seu homólogo europeu, o BERD, foi fundado após a queda do Muro de Berlim para ajudar os países do antigo bloco soviético a converterem-se a uma economia de mercado, e desde então tem expandido as suas missões de financiamento a 38 países em três continentes, sendo dirigido pela antiga direCtora-geral do Tesouro francês Odile Renaud-Basso.

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