Banco Mundial defende resiliência climática em todas as políticas públicas em Moçambique

Banco Mundial defende resiliência climática em todas as políticas públicas em Moçambique

Especialistas do Banco Mundial defenderam hoje em Maputo que o Governo moçambicano deve incluir a resiliência climática em todas as políticas públicas, para que o impacto negativo dos desastres naturais não trave o desenvolvimento.

Os peritos assinalaram a importância de o clima ser parte das políticas de governação, falando durante uma auscultação pública, no âmbito da elaboração em curso do Relatório sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento.

“Temos de ter a certeza de que o clima passa a ser parte das políticas económicas, na saúde, educação, rodovias” e outras, disse Paulo Guilherme Correa, líder do programa do Banco Mundial para Moçambique.

Citado pela Lusa, Correa afirmou que a planificação orçamental deve prever verbas para a prevenção e combate ao impacto das mudanças climáticas para que o país evite um retrocesso no processo de desenvolvimento.

Observando que o custo dos eventos climáticos extremos é muito alto, devido à vulnerabilidade geográfica e económica de Moçambique, aquele especialista assinalou que o país deve intensificar a mobilização de “financiamento verde” para acções de adaptação climática.

Os recursos devem ser garantidos através de empréstimos concessionais ou subvenções, declarou Paulo Guilherme Correa.

Correa destacou que Moçambique tem empreendido acções que correspondem a um esforço de adaptação climática, como a massificação do uso de gás de cozinha, em substituição do carvão vegetal e da lenha, produtos que resultam do abate indiscriminado de florestas.

Franka Braun, especialista sénior de gestão de recursos naturais no Banco Mundial, também defendeu a construção de uma capacidade de resiliência em Moçambique, devido à exposição do país às mudanças climáticas e à vulnerabilidade da maioria da população.

“A planificação e coordenação da acção governamental”, bem como a actuação do “sector privado e da sociedade civil” devem ter em consideração os impactos das mudanças climáticas, enfatizou Braun.

Uma vez que a maioria da população vive no campo e nas zonas costeiras, deve ser feita uma aposta numa agricultura e actividade piscatória sustentáveis, prosseguiu.

Aquela especialista avançou que Moçambique está em condições de tirar maior proveito com o impacto da adaptação climática, dado que dispõe de enormes recursos naturais renováveis e conta com gás natural com menor teor carbónico, devendo, para o efeito, realizar os investimentos adequados.

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